SUS ou ir à Tailândia como Maya Massafera? Cirurgia de redesignação sexual pode custar mais de R$ 100 mil

Alto custo da cirurgia, tempo da fila de espera e experiência dos profissionais são fatores que influenciam na escolha

11 mai 2024 - 06h00
Maya Mazzafera passou por transição de gênero
Maya Mazzafera passou por transição de gênero
Foto: @mayamassafera Via Instagram / Estadão

A youtuber Maya Massafera causou um furor com a primeira aparição desde que passou pela transição de gênero, na última quinta-feira (9). Conhecida por produzir conteúdos sobre moda e celebridades, a apresentadora passou pela cirurgia de redesignação de gênero na Tailândia e também se submeteu a outros procedimentos, como implante de silicone e cirurgias de feminilização do rosto. Porém, ir ao exterior não é o único caminho para pessoas trans e travestis que desejam fazer como Maya.

A Tailândia é um destino bastante procurado por pessoas trans que desejam passar pela cirurgia de redesignação e tem um longo histórico na realização da operação. Porém, há outras opções disponíveis que podem ser mais baratas ou até mesmo de graça, como as cirurgias realizadas pelo SUS.

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O que são as cirurgias?

Existe mais de um tipo de cirurgia de modificação corporal que pode ser feita por pessoas trans. No caso das mulheres trans e travestis, existe a cirurgia genital para a construção da neovagina e o implante de próteses mamárias. Já para os homens trans pode ser feita a mastectomia, retirada das mamas, e a histerectomia, retirada do útero, trompas e ovários.

Na maior parte dos países, inclusive Brasil e Tailândia, as pessoas trans e travestis precisam ser maiores de idade para passar pela cirurgia de redesignação. Porém, o tratamento hormonal pode começar ainda na adolescência, a partir dos 16 anos, e está disponível na rede de saúde pública.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que seja realizado dois anos de tratamento hormonal antes da cirurgia de redesignação. Porém, essa regra não é a mesma entre os países. Na Tailândia, por exemplo, a maioria dos hospitais requer um ano de tratamento, já nos Estados Unidos há locais que não cobram a hormonização como um pré-requisito.

O tempo de recuperação do paciente varia conforme a cirurgia. Para a cirurgia genital, a paciente tem alta em dois ou três dias, mas ainda precisa manter diversos cuidados no pós-operatório por se tratar de um procedimento complexo. Nos primeiros meses após a operação, é necessário continuar com o acompanhamento médico, algumas pacientes podem precisar usar sondas, e requer alguns cuidados como não fazer esforço físico e não ter relações sexuais por cerca de dois meses.

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Para as cirurgias de implante e retirada de mamas, a recuperação dura um mês, e o pós-operatório da histerectomia tem duração de seis semanas aproximadamente.

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Cirurgia no SUS

No Brasil, homens e mulheres trans e travestis podem passar pelas cirurgias de redesignação no SUS. Estão disponíveis os procedimentos de implantes de próteses mamárias e cirurgia genital em travestis e mulheres trans, e mastectomia e histerectomia no caso de homens trans.

Para passar por esses procedimentos no sistema público de saúde, o primeiro passo é procurar uma unidade básica de saúde, onde vai receber o encaminhamento para começar o tratamento hormonal, disponível para pessoas trans a partir dos 16 anos, depois é necessário fazer acompanhamento psicológico e psiquiátrico por no mínimo dois anos para então receber a recomendação médica para a operação, que pode ser feita a partir dos 18 anos.

Por mais que as cirurgias de redesignação sejam gratuitas pelo SUS, a fila de espera para os procedimentos pode demorar cerca de dez anos, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Além disso, só oito estados brasileiros têm hospitais que realizam os procedimentos (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). Por conta disso, muitas pessoas trans recorrem a outras opções.

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Tailândia e outros destinos

Foto: Reprodução/Instagram/@mayamassafera

A Tailândia realizou a primeira cirurgia de redesignação sexual em 1975 e foi um dos únicos lugares do mundo a oferecer o procedimento por muitos anos. Devido à tradição na área, o país acabou se tornando referência nesses tratamentos de saúde e se tornou um polo procurado por pessoas trans e travestis de todo o mundo.

Alguns pacientes optam por realizar a operação no país pela experiência dos médicos, uma vez que algumas clínicas chegam a fazer cerca de 300 cirurgias genitais por ano. Em comparação, estados como São Paulo e Rio de Janeiro realizam cerca de 20 cirurgias por semestre.

Estrangeiros costumam ir à Tailândia pelo baixo custo das operações para norte-americanos e europeus. Entretanto, no caso dos brasileiros, a ida ao país pode custar cerca de 17 mil dólares (R$ 85 mil aproximadamente), mais as despesas da viagem.

Além da Tailândia, há outros destinos do mundo que realizam a cirurgia de redesignação. Segundo o jornal britânico Daily Mail, Argentina, Turquia e o próprio Brasil estão sendo procurados por pessoas trans da Europa como opções mais baratas.

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Redesignação no convênio

Quem quer fugir da fila de espera do SUS tem ainda uma segunda alternativa. A partir de 2020, as cirurgias de redesignação também passaram a ser feitas na rede particular de saúde, mas elas podem sair caro. 

Os custos da redesignação sexual no Brasil giram em torno de R$ 70 mil para mulheres trans e travestis e R$ 100 mil para homens trans, conforme dados da Revista Veja. Porém, a Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu esses procedimentos nos liberados pelos planos de saúde e, desde então, a procura por eles na rede particular cresceu em 75%.

Fonte: Redação Terra
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