As bandeiras LGBTQIA+, com suas cores e símbolos, servem como uma forma de representatividade para diversos grupos e movimentos. A mais conhecida é a bandeira do arco-íris, criada por Gilbert Baker em 1978, que se tornou um ícone global do orgulho e da visibilidade para a comunidade.
Além desta, existem diversas outras bandeiras que representam lutas e identidades específicas, como a do orgulho trans, bissexual, pansexual e assexual. Cada uma possui seus próprios elementos, capturando as experiências e desafios singulares das pessoas que se identificam com essas identidades.
Das 28 bandeiras, nove são mais conhecidas. No entanto, ao longo do tempo, as percepções sobre sexualidade e gênero tem evoluído, resultando não apenas em mudanças nas bandeiras existentes, mas também no surgimento de novas identidades e simbologias, como a bandeira polissexual.
Uso e popularidade
As bandeiras são amplamente usadas para celebrar e reivindicar a diversidade da comunidade LGBTQIA+. Em eventos de orgulho, como a Parada do Orgulho LGBT, que aconteceu no último domingo, 2, em São Paulo, essas bandeiras são onipresentes, simbolizando a união e a visibilidade da comunidade.
Além disso, elas são frequentemente vistas em protestos e manifestações, onde servem como poderosos emblemas de resistência e luta por direitos.
Na mídia e na cultura pop, as bandeiras aparecem em séries, filmes, campanhas publicitárias e até em produtos de moda. Em redes sociais, essas bandeiras são usadas em perfis e postagens, ajudando a aumentar a conscientização e a promoção de apoio à comunidade LGBTQIA+.
Impacto social e político
As bandeiras têm sido catalisadoras de mudanças sociais e políticas tanto em âmbito local quanto global. Elas simbolizam orgulho, visibilidade e resistência, unindo a comunidade em sua busca por igualdade. São vistas em eventos comunitários e chamam a atenção para violações dos direitos humanos, promovendo uma cultura de respeito e inclusão.
Bandeira Arco-íris
A bandeira colorida é, de longe, o maior símbolo do movimento LGBTQIA+. Exibida pela primeira vez na Parada LGBT em São Francisco, nos Estados Unidos, a bandeira foi criada em 1978 pelo artista norte-americano Gilbert Baker.
Originalmente, a bandeira tinha oito cores, das quais seis permanecem até hoje. Segundo Baker, essa bandeira foi criada com o objetivo de significar a diversidade e a inclusão, usando “algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito humano".
O vermelho simboliza a vida; o laranja, cura ou saúde; o amarelo, a luz do sol; o verde, a natureza; o azul, a arte; e o lilás, o espírito.
Nova bandeira do orgulho LGBTQIA+
Apesar da "bandeira do arco-íris” ser a mais utilizada dentro do movimento LGBTQIA+, o debate sobre a ausência de representatividade de alguns grupos que compõem a comunidade levou à atualização da bandeira "over the rainbow".
A nova versão foi lançada em novembro de 2022 durante a 27ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Copacabana. Sua nova versão inclui a gravura do orgulho intersexo - pessoas que não se enquadram nas definições biológicas consideradas típicas de masculino ou feminino -, a paleta do orgulho trans e listras representando o antirracismo.
Bandeira lésbica
Publicada em 2000 no jornal Palm Springs Gay and Lesbian Times e feita pelo designer gráfico gay Sean Campbell, a bandeira labrys é considerada como a mais política das bandeiras lésbicas por seus diversos elementos que carregam história.
O violeta ao fundo é associado às poesias de Safo, a primeira mulher que se tem registro histórico de amar mulheres; o triângulo preto invertido é uma reivindicação do símbolo, que foi usado por nazistas para marcar as mulheres "anti-sociais", indesejadas - inclusive, lésbicas; e o machado de dupla lâmina, o lábris ou labrys, está associado a uma arma usada pelas Amazonas da mitologia, uma nação guerreira composta exclusivamente por mulheres.
Bandeira não-binária
Criada em 2014 por Kye Rowan, ativista da causa não-binária, a bandeira do orgulho não-binário é composta pelas cores amarelo, branco, roxo e preto.
O amarelo representa as pessoas cujo gênero não se enquadram ao conceito binário de gênero; o branco é relacionado às pessoas que se identificam com vários gêneros; o roxo está associado à fluidez das experiências de gênero, representando pessoas que se identificam tanto com o gênero masculino e quanto do feminino ou misturam estes dois; o preto, por ser a ausência total de cores, representa as pessoas que não se identificam com gênero algum.
Bandeira trans
De acordo com a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), a bandeira do Orgulho Transgênero foi criada em 1999 por Monica Helms, uma mulher trans estadunidense.
A bandeira possui cinco faixas horizontais, sendo duas azuis claras, duas rosas e uma branca no centro.
O azul representa pessoas transmasculinas, o rosa pessoas transfemininas e o branco pessoas não-binárias.
Bandeira bissexual
Desenhada por Michael Page, em 1998, a bandeira bissexual é formada pelas cores rosa, roxo e azul.
A faixa rosa, no topo da bandeira, representa pessoas que se relacionam apenas com pessoas do mesmo gênero. A azul, última cor da bandeira, está associada aqueles que se relacionam com pessoas do sexo oposto. No meio, a cor roxa, que se forma a partir da mistura entre o rosa e o azul, representa as pessoas bissexuais, que se atraem por ambos os gêneros.
Bandeira queer
Com três faixas de cores, assim como a bandeira bissexual, a bandeira queer foi criada por Mariyn Roxie em 2010.
A partir do lilás, do branco e o verde, a bandeira representa pessoas que se contrapõem à necessidade de se encaixar aos padrões impostos pela sociedade, seja de gênero ou sexualidade.
Bandeira pansexual
Se definem como pansexuais os indivíduos que sentem atração por pessoas independente de sua orientação sexual, sexo ou identidade de gênero.
Criada em 2010, a faixa rosa representa a atração por pessoas que se identificam como mulheres, a faixa azul a atração por pessoas que se identificam como homens e a amarela engloba os indivíduos que não levam em consideração a identidade de gênero ou o sexo daquele com quem resolve se relacionar.
Bandeira intersexo
O termo intersexo representa pessoas que nascem com características genéticas que não se enquadram nas definições biológicas consideradas típicas de masculino ou feminino.
Até alguns anos atrás, pessoas intersexo eram chamadas de hermafroditas, porém o termo caiu em desuso por ser pejorativo e por estar associado apenas aos genitais, sem considerar alterações hormonais.
Segundo a iniciativa Queer In The World, a bandeira do orgulho intersexual mais comum é projetada com um fundo amarelo e um círculo roxo no centro.
Em 2013, Morgan Carpenter, da Intersex Human Rights Australia, escolheu amarelo e roxo porque nenhuma dessas cores representa as construções tradicionais de identidades binárias (masculino e feminino).
Bandeira assexual
Composta pelas cores preta, cinza, branca e roxa, a bandeira do orgulho assexual representa pessoas que não se sentem sexualmente atraídas por outras pessoas.
A bandeira da assexualidade foi desenhada em 2010 durante um mês de competição promovida pela Rede de Visibilidade e Educação Assexual (AVEN), após uma votação online de membros de vários movimentos compostos por pessoas assexuais.
Segundo o Manual de Comunicação LGBTI+, a faixa preta representa a assexualidade, a cinza representa a área entre ser sexual e assexual, a faixa branca representa o desejo sexual e a faixa roxa representa a comunidade.
Bandeira do gênero-fluido
Pessoas gênero-fluido são pessoas cujas identidades de gênero passam por mudanças de tempos em tempos.
Criada em 2012 por JJ Poole, a bandeira gênero-fluido representa a flutuação e flexibilidade do gênero.
A cor rosa simboliza a feminilidade, a branca representa a ausência de gênero, a roxa simboliza a combinação entre masculinidade e feminilidade, a preta mistura todos os gêneros e o azul representa a masculinidade.
Bandeira polissexual
A polissexualidade é uma orientação sexual caracterizada pela atração por dois ou mais gêneros, porém não todos como no caso das pessoas panssexuais.
Muitas pessoas têm dificuldade de entender esse conceito porque ainda só compreendem a existência dos gêneros masculino e feminino, sem considerar as pessoas não-binárias, queers, gênero-fluido, etc.
Apesar dos diversos tipos de identidade de gênero, a bandeira do orgulho polissexual, criada em 2012 por um usuário da rede social Tumblr, identificado como Tomlin, leva em consideração apenas a atração por mulheres, representada pelo rosa, a atração por homens, representada pelo azul, e a atração por pessoas não-binárias, simbolizada pelo verde.
Bandeira agênero
Pessoas agênero são pessoas que não se identificam com gênero algum, seja ele binário, não-binário ou neutro.
A ageneridade, portanto, não se configura como um tipo de gênero, mas uma identidade.
Fugindo à "regra", pessoas agênero também podem se identificar como pertencentes ao guarda-chuva não-binário e/ou transgênero, mas isso não é uma regra para todas as pessoas.
Criada em 2014 por Salem Fontana, a bandeira agênero possui sete faixas horizontais, sendo que o preto e o branco representam a ausência de gênero; o cinza a ausência parcial de gênero e o verde simboliza a não-binariedade.
Bandeira dos aliados à causa LGBTQIA+
Se você não faz parte da comunidade LGBTQIA+, mas quer demonstrar seu apoio à causa, a bandeira dos aliados foi desenvolvida justamente para isso.
Um aliado é uma cisgênero e heterossexual que reconhece a discriminação enfrentada pela comunidade LGBTQ devido à sua identidade de gênero, expressão ou orientação sexual.
A bandeira tem o fundo listrado, em preto e branco, remetendo a heterossexualidade, e um triângulo colorido acima, simbolizando a bandeira arco-íris do orgulho LGBT+.