O ator Carmo Dalla Vecchia, de 53 anos, declarou que considera importante um 'viado falando e dando opinião sobre o desenvolvimento infantil sadio' durante sua participação no podcast 'Gay Blog Br' e também destacou a importância das artes desafiar os estereótipos ainda presentes na sociedade.
O ator Carmo Dalla Vecchia, de 53 anos, afirmou que considera importante um “viado falando e dando opinião sobre o desenvolvimento infantil sadio”. O artista, que é pai do Pedro, de 4 anos, fez a declaração durante participação no podcast “Gay Blog Br”.
"Eu acho que é extremamente importante, principalmente para nossa comunidade, um viado falando e dando opinião sobre desenvolvimento infantil sadio, eu acho que é uma conquista para todos nós", explicou ele, que é casado com o autor de novela João Emanuel Carneiro.
"Eu digo que sou a mulher da relação, né? Quando a gente vai em um jantar, eu me grudo com as mulheres e ele geralmente se gruda com os homens. Eles falam de economia, eles falam de história. Eu começo a falar sobre educação infantil. Às vezes elas arregalam os olhos para mim e dizem: 'como que esse menino sabe disso que eu não sei ainda, né?'", conta
"Tive melasma de gravidez, né, gente? Quando meu filho nasceu eu tinha um melasma no meio da testa. Só quem tem melasma é mulher. Ou seja, hormonalmente eu criei alguma coisa no meu corpo que eu fui tão viado, mas tão viado, que desenvolvi um hormônio que geralmente só desenvolve em mulheres que nem minha irmã que teve filho teve, eu tive durante a gravidez”, brincou.
Auto intitulado “o viado da família brasileira”, Carmo esta participando da peça Todo Chapéu, me lembra você, que estreia em São Paulo na próxima sexta-feira, 17. O espetáculo trata da essência do amor em meio às lutas inerentes à identidade LGBTQIA+.
Na conversa com o gestor cultural Mauricio Kino e ao editor-chefe da revista Quem, Vinicius Yamada, o ator ainda enfatizou que as artes têm o papel de desafiar os estereótipos que ainda persistem na sociedade. Para ele, os personagens de identidade LGBTQIA+ ainda são superficialmente retratados.
"Se você for engraçado, se você for divertido, se você me fizer rir, eu permito que você exista, mas, mesmo assim, você não vai beijar na boca, não, tá? Beijar na boca não pode", partilhou.
"E quando temos, é aquele beijinho no escuro, escondido atrás de uma trepadeira, quase para não agredir a dona de casa, né?”, pontuou.
"Não me venha com o papo de que a dona de casa não está preparada ainda para isso, porque se ela não está preparada, cabe a nós ajudarmos ela a estar preparada e não simplesmente tirar o beijo. Acho triste as pessoas terem que discutir sobre esse assunto. Acho que daqui a pouco, inclusive, daqui a muito pouco tempo, as pessoas vão perceber o quanto elas foram mesquinhas, não colaborando para que o preconceito fosse diminuído", refletiu.