A participação das mulheres nos Jogos Olímpicos teve um início modesto em 1900, com apenas 22 mulheres competindo. Desde então, a presença das atletas nos jogos cresceu, mesmo que lentamente, enfrentando e superando diversos desafios.
A introdução de regras para maior inclusão feminina pelo Comitê Olímpico Internacional e a participação das mulheres em todas as modalidades marcam essa trajetória. Em 2024, Paris celebrará a maior participação feminina da história, com igualdade de gênero entre os atletas.
A seguir, confira a linha do tempo feita pelo Terra NÓS sobre a participação feminina nas Olimpíadas.
1900: mulheres participam pela primeira vez
Este foi o ano em que as mulheres puderam participar dos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Na época, 22 atletas foram admitidas, representando 2,2%. A condessa Hélène de Pourtalès foi a primeira a participar da competição de vela e, também, a primeira a ganhar, representando a Suíça com a tripulação do barco Lerina, que recebeu uma medalha de ouro.
1904 - 1908: novas modalidades e mulheres oficialmente admitidas
Em 1904 e 1908 foram incluídas modalidades como arco e flecha e patinação artística, e as mulheres foram autorizadas a participar dessas disputas. Ainda em 1908, as mulheres foram oficialmente admitidas na competição, apesar de algumas restrições.
1917: Federação das Sociedades Esportivas Femininas da França
Considerada a “mãe” do esporte feminino, Alice Milliat e outras atletas fundaram a Federação das Sociedades Esportivas Femininas da França, em 1917, com o objetivo de lutar pela maior inclusão de mulheres nas Olimpíadas, principalmente em modalidades de atletismo, que eram exclusivas aos homens.
1921: Jogos Olímpicos Femininos
Naquele ano, surgiram os Jogos Olímpicos Femininos, organizado por Alice Milliat e a Federação Internacional de Esportes Femininos (FSFI). O evento esportivo teve quatro edições entre 1922 e 1934. Na primeira edição, 77 atletas participaram e cerca de 20 mil pessoas assistiram as disputas.
1928: corrida e salto em altura
As mulheres começaram a competir nas modalidades de corrida de velocidade (100 metros, 400 metros, 800 metros) e salto em altura. Os homens já competiam na categoria de 800 metros desde o início das Olimpíadas. Elas chegaram a ser impedidas de competir novamente nas modalidades nos jogos seguintes.
1981: mulheres integram o Comitê Internacional Olímpico
A ex-atleta venezuelana Flor Isava Fonseca, que fazia parte do time equestre, e a ex-velocista finlandesa Pirjo Haeggman passaram a integrar o Comitê Internacional Olímpico em 1981, sendo a primeira vez que mulheres fazem parte do órgão.
1984: nado sincronizado e ciclismo
Nos Jogos Olímpicos de Verão em Los Angeles, nos Estados Unidos, foi introduzido o nado sincronizado, a primeira modalidade unicamente feminina. As mulheres também começaram a competir na categoria individual de ciclismo.
1991: regra de inclusão do Comitê Olímpico Internacional
O Comitê Olímpico Internacional (COI) estabeleceu uma regra determinando que qualquer novo esporte incluído nos Jogos Olímpicos deveria incluir eventos para as mulheres. No entanto, a regra não obrigava as categorias antigas a permitirem a participação das mulheres.
1995: Comissão da Mulher e do Esporte do COI
O COI tomou uma medida significativa ao criar uma comissão para incentivar a inclusão de mulheres em todos os comitês executivos e órgãos de governança do movimento olímpico, bem como nos esportes.
2012: mulheres competem em todas as modalidades
Nas Olimpíadas de Londres, as mulheres competiram em todas as modalidades pela primeira vez. Além disso, também foi a primeira vez que todos os comitês nacionais enviaram mulheres atletas em suas delegações.
2021: primeira mulher trans a participar das Olimpíadas
Os Jogos de Tóquio, que aconteceram em 2021 por causa da pandemia do Covid-19, teve um grande marco: Laurel Hubbard, representante da Nova Zelândia, na categoria feminina de levantamento de peso, se tornou a primeira mulher trans a participar das Olimpíadas.
2024: recorde de participação feminina em Paris 2024
As Olimpíadas de Paris, que começam em 26 de julho, terão a maior participação feminina da história. Dos 10.500 atletas que estarão na capital da França, 50% serão homens e 50% serão mulheres, ou seja, 5.250 para cada grupo. Além disso, mais da metade das provas terá a presença de mulheres, sendo 152 disputas femininas, 157 masculinas e 20 mistas.
E, pela primeira vez na história, a delegação brasileira terá mais mulheres do que homens. Serão 277 atletas representando o país e 153 são mulheres (55%).