Dentre os advogados de defesa de Robinho, condenado a nove anos de prisão por estuprar uma mulher na Itália, está um profissional que tem uma história que marcou o Brasil: Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, conhecido como "Pedrinho", sequestrado em 1986 logo após nascer em uma maternidade privada no Distrito Federal.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O caso de Pedrinho teve grande repercussão na imprensa, já que ele foi levado da maternidade do Hospital Santa Lúcia em 21 de janeiro de 1986, logo após nascer, mas reencontrou os pais biológicos, Jayro Tapajós e Maria Auxiliadora Braule Pinto, 16 anos depois.
Durante toda sua infância e adolescência, antes de saber que havia sido raptado, ele morou em Goiânia, com a sequestradora, Vilma Martins Costa, quem acreditava ser sua mãe verdadeira. À época, ele acreditava ser Osvaldo Martins Borges Júnior, nome que Vilma deu para ele.
O crime só veio à tona em 2002, quando Gabriela Azeredo Borges, neta do marido de Vilma, começou a suspeitar que Osvaldo era o bebê raptado em Brasília. Ao se deparar com a foto do menino no portal SOS Criança, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, ela percebeu semelhanças e iniciou uma investigação sobre o caso na internet.
Explorando o site Missing Kids, ela encontrou uma imagem do pai biológico do menino e notou uma semelhança entre os dois. Naquele ano, Gabriela entrou em contato com o SOS Criança de Brasília e a polícia reabriu as investigações do caso.
Um teste de DNA então confirmou a suspeita de que Osvaldo era na verdade o Pedrinho, e desmentiu a história que Vilma contava de que o bebê tinha sido entregue ao marido – já falecido na época das denúncias - por um gari, em Brasília.
Além de Pedrinho, outra criança foi encontrada na casa de Vilma: Roberta Jamilly Martins Borges, nome dado pela mulher à Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, que também havia sido sequestrada há mais de 23 anos. Os dois haviam sido criados como irmãos. Vilma foi condenada pelos dois crimes.
Atualmente, Pedro Junior Rosalino é advogado, formado pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e faz parte da equipe jurídica de Robinho, conforme consta no processo do ex-jogador disponível no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Condenação de Robinho
Robinho foi condenado na Itália pelo crime de estupro coletivo, cometido em 2013, quando ainda atuava pelo Milan. Em 2022, ele foi condenado em última instância a 9 anos de prisão, mas como deixou o país antes de ser processado, ele não foi preso.
Após o STJ decidir que Robinho deve cumprir a pena no Brasil, o pedido de prisão imediata foi expedido. O ex-jogador deve cumprir a sentença em regime fechado, uma vez que o crime é considerado grave e tem pena maior que 8 anos de prisão.
Prisão do ex-jogador
Robinho não está mais isolado dos outros presos e desde o domingo, 31, está alojado em cela de convívio comum. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), ele está habitanto uma cela com dimensões de 2x4m em companhia de outro detento.
Agora, desde que seja apresentada a documentação conforme as exigências do Regime Interno Padrão da SAP, Robinho poderá receber a visitação de familiares nos dias e períodos estabelecidos para a população carcerária da Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
O ex-jogador está cumprindo a pena no Brasil após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) homologar a sentença da Justiça italiana.
Antes de passar a habitar uma cela comum, o ex-jogador estava isolado em uma cela de 8m², usada pela penitenciária para adaptação e avaliações. A cela tinha uma pia, cama e um vaso sanitário embutido no chão.
A Penitenciária 2 de Tremembé (SP) é conhecida como o "presídio dos famosos". Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai e Lindemberg Alves estão neste mesmo presídio.
Robinho acredita que irá deixar o presídio em breve, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. O ex-jogador espera conseguir uma decisão judicial que o ajude a ser liberado da prisão.