A expressão “pessoas que gestam” identifica qualquer indivíduo que engravida, independentemente de sua identidade de gênero, buscando trazer representatividade e inclusão para todos que possam gestar. Com isso, tem surgido movimentos que incentivam uma linguagem mais abrangente que contemple todas as identidades.
Você já ouviu falar da expressão “pessoas que gestam”? Com o avanço das discussões sobre diversidade e a necessidade de tornar a sociedade mais inclusiva e igualitária, expressões como essa nascem para conseguir representar realidades e vivências diversas.
Nos últimos anos, a discussão sobre inclusão de pessoas que fogem da normatividade de gênero tem se tornado cada vez mais central em vários aspectos da vida cotidiana, incluindo a linguagem que utilizamos.
É uma mudança significativa na forma como se entende e se fala sobre gravidez, deixando de ser algo que tradicionalmente é associado exclusivamente a mulheres cisgênero, abrindo espaço para uma compreensão mais ampla e inclusiva.
De forma resumida, a expressão “pessoas que gestam” inclui quem tem útero, mas não se enquadra em termos como “meninas” ou “mulheres”, como pessoas trans masculinas, por exemplo.
O que significa pessoas que gestam?
“Pessoas que gestam” é uma expressão utilizada para se referir a qualquer indivíduo que engravida, independentemente de sua identidade de gênero. Socialmente, o ato de gestar tem sido associado exclusivamente a mulheres cisgênero, aquelas cujo gênero de nascimento corresponde ao gênero com o qual se identificam ao longo da vida.
No entanto, essa visão exclui uma parcela da população que também pode gestar, como homens trans e pessoas não-binárias. Por isso, quando campanhas sobre gravidez, políticas públicas e até mesmo publicidades, por exemplo, não levam em conta a pluralidade gestacional por meio de uma linguagem inclusiva, as identidades de gênero deixam de ser respeitadas.
A adoção de uma linguagem como essa passa a reconhecer e respeitar essas identidades, promovendo um discurso mais abrangente, menos discriminatório. Isso não apenas reconhece a capacidade reprodutiva de diferentes identidades de gênero, mas também promove a inclusão dessas pessoas para a sociedade.
Como surgiu a expressão pessoas que gestam?
A expressão “pessoas que gestam” surgiu da necessidade de romper com linguagens que afastam outras identidades de gênero que não seja a cis. A partir disso, nasceu um movimento que visa incluir todas as pessoas que podem experimentar a gravidez, seja nas discussões ou nas políticas de saúde reprodutiva, como o pré-natal e o acompanhamento gestacional, por exemplo.
Assim, como em outras transformações sociais rumo à diversidade, movimentos sociais e ativistas pelos direitos LGBTQIAPN+ foram os principais impulsionadores dessa mudança linguística.
A expressão ganhou ainda mais visibilidade após a deputada federal Erika Hilton utilizá-la durante uma sessão parlamentar ao falar sobre a legislação vigente, que inclui “mulheres, meninas e pessoas que gestam”. Essa fala gerou ampla repercussão na mídia, o que acabou trazendo a discussão sobre a inclusão e diversidade de gênero para um ambiente de decisão.
A importância da inclusão na linguagem
A linguagem é uma ferramenta poderosa que molda nossa percepção do mundo. Utilizar essa linguagem inclusiva é uma forma de garantir que todas as identidades sejam válidas e dignas de respeito.
Isso é importante no contexto da saúde reprodutiva, por exemplo, onde a exclusão de certos grupos pode levar a barreiras significativas no acesso aos cuidados de saúde, que impactam diretamente no sucesso da gestação.
Por exemplo, homens trans e pessoas não-binárias que gestam podem enfrentar desafios únicos durante a gravidez. Isso inclui desde o preconceito e a discriminação em ambientes de saúde até a falta de recursos e suporte adequados para suas necessidades específicas. A adoção de uma linguagem inclusiva ajuda a combater esses desafios, garantindo que todos os indivíduos recebam os cuidados necessários, sem serem oprimidos.
Governos e organizações de saúde estão cada vez mais conscientes da necessidade de criar diretrizes e programas que atendam a todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero. Isso inclui a criação de materiais educativos que utilizem terminologia inclusiva e a formação de profissionais de saúde para serem sensíveis às necessidades de todos os pacientes.
Em muitos lugares, o pré-natal e outros serviços de saúde reprodutiva estão sendo reformulados para garantir que homens trans e pessoas não-binárias se sintam acolhidos. Essa mudança é essencial para melhorar os resultados de saúde e o bem-estar geral de toda a população.
Ainda há muito trabalho a ser feito para superar as resistências e garantir que essa mudança linguística seja plenamente adotada. No entanto, cada passo nessa direção é um avanço importante para a construção de um mundo mais inclusivo, independentemente de sua identidade de gênero.
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