PM que matou ex com tiros fez TCC sobre violência doméstica

O soldado Dyegho Henrique Almeida da Silva atirou na ex-esposa e, após quatro horas de negociação para se entregar, cometeu suicídio

16 set 2022 - 15h28
Dyego disse em seu TCC que casos de feminicídio têm aumentado por uma "inércia dos órgãos"
Dyego disse em seu TCC que casos de feminicídio têm aumentado por uma "inércia dos órgãos"
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Dyegho Henrique Almeida da Silva, o soldado da Polícia Militar (PM-PR) que matou a ex-esposa a tiros enquanto ela dirigia em uma rua de Curitiba, tinha feito um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre violência doméstica. Em seu trabalho para o curso técnico em segurança pública, o soldado falou sobre o atendimento de crimes de violência doméstica e o aumento da violência.

Dyego apresentou o TCC em junho de 2021 para o curso de tecnólogo em segurança pública, desenvolvido pela Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (SEGEN) em parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR). De acordo com o arquivo que o G1 teve acesso, ele foi aprovado com conceito B.

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Nas considerações finais de seu trabalho, o soldado afirmou que os casos de feminicídio aumentam por uma "inércia dos órgãos". “[...] Não basta apenas alegar que não localizou a vítima, é envidar esforços para aquela mulher que por vezes tem medo de denunciar e o vizinho que aciona a PM [...] diversos casos de feminicídio ocorrem e só aumentam por uma inércia dos órgãos que deveriam atuar nesse combate”.

Dyego ainda disse que a Polícia Militar tinha que “analisar os déficits no atendimento, seja no registro de ocorrência ou da equipe que se desloca até o endereço, a fim de localizar uma maneira mais efetiva de atender a sociedade”.

O soldado matou sua ex-esposa, a enfermeira Franciele Cordeiro, na terça-feira (13), dois dias depois dela ter formalizado um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra Dyegho por ameaça. De acordo com a polícia, Dyego atirou contra o carro da vítima diversas vezes. Após isso, ele entrou no carro e impediu a aproximação das equipes de socorro. Dyego cometeu suicídio após quatro horas de negociação para se entregar.

Fonte: Redação Nós
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