Polícia acredita que suspeito filmado atirando em namorada premeditou o crime, diz TV

Perícia constatou que Diego Fonseca Borges tentou limpar o veículo em que ele e a namorada estavam para esconder provas

7 nov 2023 - 14h24
(atualizado às 14h37)
Ielly Gabriele gravava o namorado quando foi alvejada com um tiro disparado por ele
Ielly Gabriele gravava o namorado quando foi alvejada com um tiro disparado por ele
Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Jataí, sudoeste de Goiás, acredita que Diego Fonseca Borges premeditou o homicídio de Ielly Gabriele Alves, no último sábado, 4. A jovem já tinha sido agredida e ameaçada por ele antes do crime, pois o suspeito não aceitava o fim do relacionamento. 

Em entrevista à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, o delegado responsável pelo caso, Thiago Saad, diz que a perícia constatou que Diego tentou limpar o carro que o casal estava para esconder provas. A arma do crime ainda não foi encontrada. "O autor sim era violento, ele desprezava a vítima, e provavelmente premeditou esse crime", declarou a autoridade. 

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Uma amiga da vítima, que preferiu não se identificar, afirmou à emissora que Ielly contou para ela que já havia apanhado algumas vezes. "Várias pessoas viram porque viram machucados aparentes no corpo. Ela já contou que ele ameaçou ela. Já falou que queria matar ela, de uma vez que eles separaram", revelou a jovem. 

Um áudio enviado pela vítima a amigas foi exibido pela TV. Nele, ela revela o comportamento agressivo do autor. “Meu irmão mandou os print tudinho. Disse que ele chegou lá louco, transtornado, lá em casa. Falou: 'Cadê a Ielly? Ela dormiu aonde? [sic]'."

Prints divulgados nesta segunda-feira, 6, mostram que uma amiga tinha alertado a vítima sobre a gravidade da situação e recomendado que ela pedisse medida protetiva, caso sofresse novas ameaças.

Prints mostram que amiga alertou Ielly Gabriele Alves, antes de ser morta
Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Se ele te ameaçar e triscar em você de novo, faz medida protetiva”, clama a amiga, na conversa divulgada. “É assim que a maioria dos feminicídios acontece. Ninguém acredita que a pessoa é capaz até ver a mulher morta”, alerta, em seguida. A identidade dela não foi revelada. 

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A defesa de Diego não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestações.

Relembre o caso

Ielly foi morta a tiros pelo namorado, Diego, de 27 anos. De acordo com a Polícia Militar, uma equipe foi informada de que uma jovem havia dado entrada em um hospital com ferimento causado por disparo de arma de fogo, e seguiram para o local. A polícia encontrou o suspeito já na unidade de saúde, que afirmou que estava conduzindo seu veículo com a namorada no passageiro, quando foram abordados por uma motocicleta ocupada por dois homens. 

Segundo o rapaz, o garupa teria sacado uma arma e disparado, atingindo Ielly fatalmente. Enquanto conversava com Diego, a polícia percebeu algumas contradições, e o conduziu até a delegacia da cidade para prestar depoimento. 

O delegado informou que uma tia da jovem foi até a delegacia com o celular dela, e entregou à investigação. "Ela desbloqueou o aparelho e mostrou para os policiais o vídeo em que a vítima grava o próprio disparo realizado pelo autor, que causou a sua morte", explicou. 

No vídeo, a jovem grava o namorado, que está de costas e próximo a uma porta. Ela pede para que ele olhe para trás, momento em que o rapaz vira, aponta a arma na direção da vítima, e dispara. Em seguida, a gravação para.

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Diante da situação, Diego foi preso em flagrante por homicídio qualificado, e caso seja condenado, poderá ficar preso por até 30 anos. O suspeito tem outras passagens, como violência doméstica contra outra ex-companheira e roubo. 

Fonte: Redação Terra
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