Polícia espanhola prende suspeitos de campanha de ódio contra Vini Jr.

Eles teriam encorajado torcedores do rival Atlético de Madrid a irem mascarados ao estádio para insultar o brasileiro à vontade

24 out 2024 - 17h23
(atualizado às 17h59)
Estrela do Real Madrid, Vinicius Jr. (c.) tem sido alvo de diversos ataques racistas de torcedores
Estrela do Real Madrid, Vinicius Jr. (c.) tem sido alvo de diversos ataques racistas de torcedores
Foto: DW / Deutsche Welle

A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira (24/10) a prisão e interrogatório de quatro homens suspeitos de organizarem uma campanha de ódio contra o jogador Vinicius Jr., do Real Madrid.

Eles teriam incitado torcedores do Atlético de Madrid, um time rival, a comparecerem ao estádio com máscaras cirúrgicas para insultar o brasileiro com ofensas racistas, de modo a não serem identificados pelas autoridades.

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A partida foi realizada no dia 29 de setembro no estádio Metropolitano, em Madrid, e a campanha, sob a hashtag #metropolitanoconmascarillas (Metropolitano com máscaras), viralizou nas redes nas vésperas do jogo.

Trata-se das primeiras prisões no caso. Os suspeitos, com idade entre 24 e 26 anos, foram detidos entre 14 e 15 de outubro e liberados após prestar depoimento. Suas identidades não foram reveladas, e caberá ao Judiciário decidir sobre a abertura ou não de processo contra eles. A polícia afirma que a investigação segue aberta e pode acarretar mais prisões.

Vini Jr. já foi alvo outras vezes de insultos racistas

Vini Jr., que foi alvo de insultos racistas diversas outras vezes, queixou-se publicamente em 2023, acusando o campeonato nacional da primeira divisão e a Espanha de serem racistas.

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O desabafo veio após ele ser insultado durante uma partida no estádio Mestalla, em Valência, e resultou na primeira condenação no país de torcedores que proferiram insultos racistas num estádio de futebol. Três homens foram sentenciados a oito meses de prisão por crime de ódio.

Desta vez, a organização do campeonato espanhol emitiu um pronunciamento público um dia antes da partida, endossando a prisão dos envolvidos na campanha e qualificando-a como crime de incitação ao ódio.

Não houve registros de ofensas racistas na partida, mas o jogo chegou a ser suspenso por alguns minutos porque torcedores arremessaram itens em direção ao goleiro do Real Madrid, Thibaut Courtois.

A federação espanhola de futebol RFEF puniu o Atlético, restringindo a quantidade de assentos disponíveis à torcida na última partida do time, contra o Leganes, que ele venceu por 3 a 1.

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Por causa dos tumultos durante o jogo contra o Real Madrid, o Atlético também pode ser punido pelo Comitê Anti-Violência do governo espanhol, que pediu o fechamento por duas semanas do estádio Metropolitano e multa de 65 mil euros (R$ 400 mil).

Um relatório entregue pela organização do campeonato espanhol após os eventos investigados lista 142 incidentes desde 2015 associados à torcida organizada Frente Atlético, de ultradireita. A entidade afirmou que prestaria queixa criminal e pediu o banimento da torcida.

Procurado pela agência de notícias Reuters, o Atlético de Madrid não se pronunciou sobre o caso. No início de outubro, o time afirmara estar empenhado em adotar medidas disciplinares internas contra associados envolvidos em episódios racistas, xenófobos ou de intolerância. Também suspendeu a compra de ingressos, por parte de alguns torcedores, para os próximos cinco jogos do clube.

ra/av (Reuters, DPA, ots)

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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