Porque "Heartstopper" é um marco para comunidade LGBTQIA+

Com 100% de aprovação no site "Rotten Tomatoes", série se tornou uma das mais bem avaliadas da Netflix

1 mai 2022 - 05h00
(atualizado em 18/5/2022 às 17h07)

A série britânica "Heartstopper" é o que pode ser chamado de case de sucesso. Em sua semana de estreia foi vista por 14,5 milhões de horas, segundo a Netflix, e alcançou a sétima posição entre as séries de língua inglesa mais vistas na plataforma. Além disso, obteve 100% de críticas positivas da imprensa especializada e 99% do público em geral no site "Rotten Tomatoes".

E como em todo bom hit, é possível identificar alguns fatores que fizeram o romance entre os adolescentes Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor), e seu diverso grupo de amigos e amigas, caírem nas graças da audiência.

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Uma história de amor para toda família

Se em 2018 o longa "Com Amor Simon" foi considerado um marco por ser um filme de temática gay para todos os públicos, "Heartstopper" leva este conceito para muito mais além. Ainda que a trama central se concentre entre dois jovens homens, outras letrinhas são representadas, com histórias sobre bissexualidade e identidade de gênero. Tudo com uma sensibilidade e leveza poucas vezes vistas nas produções audiovisuais.

Nada de textão

Ferramenta importante na luta por direitos, os conteúdos mais panfletários, densos e extensos acabam muitas vezes sendo incorporados às produções, o que pode gerar um afastamento do público. Não é o que acontece na série, que aborda, inclusive, questões pesadas da comunidade LGBTQIA+ como bullying e transfobia de forma sutil e leve mas não menos potente.

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Girl Power

Um movimento muito interessante dos oito episódios da série é a boa distribuição de tela entre os protagonistas e coadjuvantes. As histórias paralelas não ficam em segundo plano, o que faz com que tanto o romance lésbico quanto a trama da jovem trans sejam bem apresentados. Destaque também para as participações da superpremiada Olivia Colman como a mãe de Nick e Jenny Walser, que interpreta a irmã de Charlie.

Jovens que são jovens de verdade

História de amor entre Nick e Charlie tem conquistado público e crítica
História de amor entre Nick e Charlie tem conquistado público e crítica
Foto: Reprodução Netflix

Com 27 temporadas, a novela brasileira "Malhação" era motivo de piada constante por seus protagonistas colegiais de quase 30 anos. O mesmo acontece em muitas tramas adolescentes internacionais, mas não em "Heartstopper": grande parte do elenco tinha entre 17 e 18 anos durante as filmagens, praticamente a mesma idade dos personagens. Essa escolha que pode parecer óbvia ou desimportante faz muita diferença, pois adiciona à trama um grau de fofura significativa, com jovens um tanto desengonçados e que não sabem muito disfarçar as emoções.

Inglaterra solar, quadrinhos e boa música

Grande parte das tramas que se passam no Reino Unido tendem a seguir o clima do local, sempre muito nublado e chuvoso. Já na série a escolha é muito mais solar, com uso de tons leves e iluminados. Os efeitos de quadrinhos, inspirados no HQ escrito por Alice Oseman que originou a série, dão também um toque todo especial. A cereja do bolo, claro, é a trilha sonora composta por canções de bandas alternativas como Peace, Baby Queen, Rina Sawayama, CHVRCHES e Dayglow.

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Para se sentir bem

Existe uma categoria no cinema chamada "Feel-good Movies", que em uma tradução livre significa "Filmes para se sentir bem". "Heartstopper" é uma série para se sentir bem, muito por conta dos fatores citados acima. No campo LGBTQIA+, onde a maioria das produções são muito dramáticas e tristes, é possível dizer que a série faz uma pequena revolução e pode fazer ainda mais. Alice Oseman, que além de criar o material original roteirizou a série, afirmou ao site Radio Times que o desejo é contar com quatro temporadas, dando assim ainda mais espaço para nos apaixonarmos por todos os personagens e suas histórias. 

Fonte: Redação Nós
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