Prefeita de Boston pede desculpas a homens negros erroneamente ligados a famoso assassinato de 1989

"Peço desculpas não apenas pelo abuso que nossa cidade promulgou, mas pelas crenças e preconceitos que levaram a ele", disse ela

20 dez 2023 - 20h57
(atualizado em 21/12/2023 às 09h27)
O caso de alta visibilidade aprofundou as divisões entre a força policial e a comunidade negra
O caso de alta visibilidade aprofundou as divisões entre a força policial e a comunidade negra
Foto: REUTERS

A prefeita de Boston, Michelle Wu, emitiu nesta quarta-feira um pedido de desculpas formal em nome da cidade a dois homens negros erroneamente acusados do assassinato de uma mulher branca e grávida em 1989, um caso de alta visibilidade que aprofundou as divisões entre a força policial e a comunidade negra.

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Declarando o pedido de desculpas "apenas o começo de uma jornada muito mais longa de responsabilização e ação", Wu apresentou cópias físicas do pedido de desculpas em uma entrevista coletiva para Alan Swanson, um dos dois homens, e parentes do outro homem, Willie Bennett, que não estava presente.

"Para cada morador negro, peço desculpas não apenas pelo abuso que nossa cidade promulgou, mas pelas crenças e preconceitos que levaram a ele em primeiro lugar", disse Wu, que se tornou a primeira mulher e primeira pessoa não-branca a ser eleita prefeita de Boston, em 2021.

Várias cidades dos EUA têm confrontado erros do passado do seu sistema criminal contra moradores não-brancos. A cidade de Nova York fechou um acordo judicial de 41 milhões de dólares em 2014 com os Cinco do Central Park, um grupo de adolescentes negros e latinos erroneamente condenados pelo estupro de uma corredora branca em 1989.

Swanson e Bennett não foram formalmente indiciados pelo assassinato da mulher grávida, Carol Stuart, mas foram detidos e publicamente considerados suspeitos após o verdadeiro culpado, o marido de Stuart, dizer à polícia que ela havia sido morta por um homem negro que, segundo ele, havia sequestrado o casal, segundo reportagens da imprensa local.

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Quando a história do marido começou a ser descoberta, ele parou seu carro em uma ponte local, pulou e se matou. Seu irmão confessou tê-lo ajudado a esconder a arma usada no assassinato encenado.

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