Prefeito de SC sugere que enchentes no RS ocorreram porque estado tem menos igrejas do que "centros"

Internautas acusam Valdemar Rocha de intolerância religiosa após declaração dada em entrevista

27 mai 2024 - 12h15
(atualizado às 12h32)
Resumo
O prefeito de Balneário Barra do Sul (SC), Valdemar Rocha, foi acusado de intolerância religiosa nas redes sociais por ter sugerido que as enchentes no Rio Grande do Sul têm relação com o fato do estado ter menos igrejas que centros.
Prefeito em SC associa enchentes no RS à suposta falta de igrejas: 'Não agrada aos olhos de Deus'
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O prefeito de Balneário Barra do Sul (SC), Valdemar Rocha, sugeriu que as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul aconteceram porque o estado tem menos igrejas e mais centros. Em entrevista à Rádio FM Litoral na semana passada, Valdemar deu a entender que estava se referindo a religiões de matriz africana.

"O que está acontecendo lá no Rio Grande do Sul? É aquela enchente. Mas aí nós fomos ver uma estatística aí, e é o estado que menos tem igreja. E lá é centro de, de, de... que não agrada aos olhos de Deus. Será que Deus não está chamando eles a uma responsabilidade?", disse ele.

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Valdemar Rocha deu a entender que estava se referindo a religiões de matriz africana
Valdemar Rocha deu a entender que estava se referindo a religiões de matriz africana
Foto: Reprodução: Instagram/prefeituradebbs

Após a declaração, internautas apontaram intolerância religiosa na fala do prefeito e afirmaram que a prática é crime no Brasil. "Caberia processo por preconceito religioso?", comentou uma pessoa na rede social X. "Cadê o MP?", questionou outro.

Como denunciar casos de intolerância religiosa Como denunciar casos de intolerância religiosa

"Mais um, e com um discurso de intolerância quase igual ao daquela outra. Ela foi indiciada... será que ele, que é prefeito, será também?", escreveu um internauta.

O Terra NÓS entrou em contato com a prefeitura de Balneário Barra do Sul e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

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Influenciadora denunciada por intolerância religiosa

Na semana passada, a influenciadora Michele Dias Abreu, 43 anos, foi denunciada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por intolerância religiosa. Em vídeo publicado no dia 5 de maio, disse que as enchentes seriam resultado da 'ira de Deus'.

"O que está acontecendo no Rio Grande do Sul: Deus está descendo com sua ira total. Eu não sei se vocês sabem, mas o estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com o maior número de terreiros de macumba, mais do que a Bahia", disse ela no Instagram.

Crime

Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou as penas para crimes de intolerância religiosa mais severas. A lei, que equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, protege a liberdade religiosa e prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa.

Fonte: Redação Nós
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