A prisão preventiva do preparador físico Sebastian Avellino Vargas foi mantida na tarde desta quarta-feira, após o profissional ser acusado de fazer gestos racistas nos minutos finais do jogo entre Corinthians e Universitario. Depois de ser detido em flagrante e levado para depor no 65º Distrito Policial, Sebastian passou por uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda.
Na madrugada desta quarta, Sebastian depôs, dando sua versão do caso. O clube peruano alega que torcedores presentes no setor oeste da Arena passaram o jogo ofendendo funcionários e jogadores do Universitario, além de cuspirem em direção a eles. O preparador físico teria apenas respondido às provocações, segundo esse posicionamento.Três corintianos também foram ao 65º DP, na região da Artur Alvim, como testemunhas.
O Universitario repudiou, em nota oficial, a decisão da Justiça brasileira. "Sebastian Avellino foi tratado como criminoso no Brasil, passando a noite em uma cadeia, o que consideramos inadmissível, degradante e ultrajante", alegou o clube.
Christian Lombarde, um dos torcedores que serviram como testemunha, deu sua versão dos fatos em contato com a Gazeta Esportiva. "A gente estava ali, no final do jogo, eu estava na segunda cadeira, de frente para o gramado. E no finalzinho do jogo, faltando um, dois minutos, todo mundo festejando o gol… O preparador ficou no primeiro e no segundo tempo fazendo aquecimento ali do time deles. E no final do jogo, quando ele foi recolher as peças do chão, na hora que ele ficou de frente para a torcida, ele fez um gesto de animal, parecido com macaco e saiu correndo para o banco dele", comentou o empresário de 49 anos.
No Fórum, que ocorreu por volta das 14h30 (de Brasília), Sebastian estava acompanhado por membros do consulado do Peru, além de advogados e representantes do clube.
Entenda o caso
Sebastian Avellino Vargas, preparador físico da equipe do Universitario, foi detido após supostamente ter feito gestos racistas para torcedores do Corinthians na Neo Química Arena, nesta terça-feira. O profissional foi encaminhado pelos policiais do estádio à delegacia da própria Arena, o Jecrim.
Além de Sebastian Avellino, quatro torcedores do Corinthians foram até à delegacia para prestar depoimento. Ricardo Bianchini, advogado do Timão, disse que as imagens foram puxadas pelo clube. O profissional da equipe peruana também foi acusado de chamar corintianos nas arquibancadas de "macacos".
O técnico do Universitario, Jorge Fossati, saiu em defesa de Sebastian, alegando que ele é "um cara muito respeitoso" e que teria dito que suas gesticulações não foram interpretadas de maneira correta.
Já em campo
Nesta terça-feira, o Corinthians venceu o Universitario por 1 a 0, com gol de Felipe Augusto após assistência de Renato Augusto, na reta final do primeiro tempo.
Assim, a equipe de Vanderlei Luxemburgo pode até empatar o jogo de volta que garante vaga para as oitavas de final do torneio sul-americano. Os times se enfrentam no dia 18, no Estádio Monumental de Lima.