Preparador físico do Universitario é preso por racismo após vitória do Corinthians

Sebastian Avellino Vargas imitou um macaco enquanto proferia a palavra "monos"

12 jul 2023 - 00h07
(atualizado às 10h32)
Preparador físico do Universitario é encaminhado à delegacia da Neo Química Arena –
Preparador físico do Universitario é encaminhado à delegacia da Neo Química Arena –
Foto: Reprodução Twitter / Jogada10

O preparador físico do Universitario, do Peru, que enfrentou o Corinthians na noite desta terça-feira (11), foi detido pela polícia após o jogo na Neo Química Arena. O duelo, portanto, ocorreu pelos playoffs da Sul-Americana.

Sebastian Avellino Vargas imitou um macaco enquanto proferia a palavra "monos". Na tradução, significa macacos. Sob a acusação de que os gestos teriam sido em direção a torcedores alvinegros, as autoridades conduziram o homem à delegacia da Arena para prestar depoimento. Alguns torcedores do Corinthians, na condição de testemunhas, também estiveram presentes no local.

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O crime teria sido flagrado por torcedores no instante em que os jogadores do Universitario faziam o aquecimento na reta final da segunda etapa.

Vargas, que é uruguaio - mesma nacionalidade do técnico Jorge Fossati, do Universitario -, deve responder pelo crime de injúria racial. Nesse cenário, portanto, poderá pagar fiança que varia de R$ 10 mil a R$ 20 mil para ficar em liberdade durante o processo. Pouco depois, transferiram o preparador físico para a 65ª DP, em Artur Alvim, que fica na zona leste da capital paulista.

Esta, aliás, não é a primeira vez que ocorre detenção em São Paulo por conta de atos racistas. Isso porque, no jogo entre Corinthians e Boca Juniors pela primeira fase da Libertadores-2022, um torcedor argentino teve de pagar fiança para deixar a delegacia após imitar macaco nas arquibancadas da Arena.

Técnico sai em defesa do preparador físico

A saber, nos últimos meses, a Conmebol agravou as punições contra gestos discriminatórios em todas as competições organizadas pela entidade "por motivação de cor de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem".

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Além disso, frisou que o valor mínimo da multa a clubes em que o torcedor infringir a regra, passou a ser de 100 mil dólares (aproximadamente R$ 485 mil). Anteriormente, era de 30 mil dólares (cerca de R$ 145 mil).

Após o jogo, Jorge Fossati, treinador do Universitario, saiu em defesa do funcionário do clube:

"Não vi. O conheço e trabalha comigo há 13 anos, desde 2010, é um cara muito respeitoso. Segundo ele me falou, foi mal interpretado seus gestos. Estavam cuspindo e xingando ele, coisas de futebol, infelizmente. Parece que o torcedor pode fazer o que quiser. Se a gente reage, está errado. É assim. Mas também está errado o torcedor do Corinthians e do Universitario se não tiver comportamento adequado para estar no jogo", afirmou.

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