O preparador físico uruguaio Sebastian Avellino Vargas, membro da comissão técnica do Universitario, do Peru, comparecerá a uma audiência de custódia nesta quarta-feira (12) no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Ele foi preso em flagrante sob acusações de supostos atos racistas durante a partida contra o Corinthians na última terça-feira, na Neo Química Arena, em um confronto pela Copa Sul-Americana.
Durante a audiência de custódia, um juiz avaliará, então, as condições da prisão de Vargas e decidir se ele permanecerá detido ou não, com ou sem medidas cautelares.
Até a madrugada de quarta-feira, Vargas ainda não havia constituído um advogado. Seu depoimento na delegacia, no qual ele nega os gestos racistas, teve dois representantes do consulado peruano em São Paulo. Um deles, aliás, atuando como tradutor.
O preparador foi preso quando dois policiais militares, poucos minutos antes do fim da partida, notaram uma agitação entre torcedores do Corinthians. Eles estavam revoltados com os gestos em que Vargas, supostamente, imitava um macaco.
Ademais, três torcedores corintianos testemunharam e deram relatos semelhantes. De acordo com eles, o profissional imitou um macaco após recolher materiais esportivos de sua equipe próximo ao campo.
Em seu depoimento à polícia, Vargas, por sua vez, negou a acusação. Ele afirmou que torcedores cuspiram nele no final da partida e questionou-os sobre isso. Disse que estava carregando cones embaixo dos braços. E garantiu que não imitou um macaco.
O crime de racismo prevê uma pena de um a três anos de prisão.
Testemunho do técnico
Por fim, em coletiva de imprensa após o jogo, Jorge Fossati, técnico do Universitario, declarou:
"Eu não vi. Eu o conheço e ele trabalha comigo há 13 anos. É uma pessoa muito respeitosa. Segundo ele me disse, seus gestos foram mal interpretados. Estavam cuspindo e xingando ele, coisas do futebol, infelizmente. Parece que os torcedores podem fazer o que quiserem. Se reagimos, estamos errados. Disseram que há câmeras. Como sempre digo durante o jogo: desde que existem câmeras, não há mais discussões. Se ele errou, infelizmente terá que pagar. E se ele não errou, bem, logo ele estará conosco novamente".
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