O presidente da La Liga, Javier Tebas, respondeu Vinícius Júnior pelas redes sociais nesta segunda-feira, 22, e negou que a Espanha ou a liga sejam racistas. Na publicação, Tebas afirmou que o atacante brasileiro estaria sendo injusto em sua fala.
"Nem a Espanha e nem a La Liga são racistas. Você está sendo injusto em dizer isso. Como comandantes da La Liga, denunciamos e combatemos o racismo com toda rigidez dentro das nossas competências. Nesta temporada, foram nove casos de racismo [oito contra Vini]. Sempre identificamos os infratores e levamos a denúncia aos órgãos legisladores. Não importa que sejam poucos, eles são implacáveis. Não podemos permitir que se manche a imagem de uma competição que é sobre o símbolo de união de povos, onde mais de 200 jogadores são de origem negra em 42 clubes que recebem em cada rodada o respeito e o carinho das torcidas, sendo o racismo um caso extremamente pontual que vamos eliminar", afirmou.
Em ocasiões anteriores, Tebas já havia expressado sua opinião contrária a Vinícius Junior, sugerindo que o jogador brasileiro "deveria se informar adequadamente" antes de fazer críticas à La Liga.
Em resposta imediata, o atacante do Real Madrid rebateu, afirmando que "mais uma vez, ao invés de criticar os racistas, o presidente da La Liga opta por me atacar nas redes sociais".
O Real Madrid formalizou uma denúncia à Procuradoria Geral do Estado nesta segunda-feira, em relação ao caso de racismo, considerando-o um possível crime de ódio. O clube aguarda as investigações do Ministério Público. Essa foi a nona vez nesta temporada em que Vinícius Jr. foi alvo de gritos racistas em estádios.
Entenda o caso
No domingo, durante o segundo tempo, Vinícius Jr. acusou parte da torcida do Valencia de proferir insultos racistas contra ele, utilizando a palavra "macaco". O jogo foi interrompido por aproximadamente 8 minutos devido a essa situação.
Ao final da partida, entretanto, Vinícius se envolveu em uma confusão com Hugo Duro e acertou um golpe no rosto do jogador do Valencia, resultando em sua expulsão após revisão do VAR. Os operadores do vídeo, porém, omitiram um mata-leão de Hugo no camisa 20 merengue, que se estendeu por cerca de 10 segundos antes do golpe de Vinícius.
Após o jogo, o jogador foi para o vestiário e não atendeu aos jornalistas. Nas redes sociais, Vinícius desabafou sobre o episódio deixando um recado aos espanhóis, afirmando como a Espanha é vista no Brasil e o que se tornou o Campeonato Espanhol.
"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", desabafou.
Racismo é crime. Saiba como denunciar 👇
Racismo é crime, com pena prevista de até 5 anos de prisão. Ao presenciar qualquer episódio de racismo, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.
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