Primeiro homem catari assumido gay diz que 'não sabe o que vai acontecer' após seu posicionamento

Nasser Mohamed, de 35 anos, aproveita Copa do Mundo e cria primeira torcida LGBTQIA+ da seleção do Qatar

7 dez 2022 - 10h53
(atualizado às 12h37)
Nasser Mohamed posta foto com bandeira nas cores do arco-íris (Foto: Reprodução/Instagram)
Nasser Mohamed posta foto com bandeira nas cores do arco-íris (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Lance!

Nasser Mohamed, de 35 anos, afirma ser o primeiro homem catari a ter se assumido gay em público. O médico que mora nos EUA há 11 anos, aproveitou que "os olhos do mundo inteiro estão voltados para o país", por causa da Copa do Mundo, para sair em defesa da comunidade LGBTQIA+.

De San Francisco, na Califórnia, onde mora e trabalha, Nasser Mohamed vem utilizando sua conta no Instagram para se posicionar em prol da comunidade LGBTQIA+. Além de denunciar maus tratos e agressões contra homossexuais, o médico ainda alertou que "não sabe o que vai acontecer" com ele por causa de seus posicionamentos.

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- Meu nome é Nasser Mohamed. Eu sou o primeiro gay catari. O primeiro a assumir publicamente na história do meu país. Eu não sei o que vai acontecer comigo. Me falaram que eu deveria ter sido abortado. Agora que os olhos do mundo inteiro estão voltados para o meu país, nós temos a chance de trazer visibilidade global para minha comunidade, e ter o amor LGBTQIA+ que eles querem que a gente esconda, exibido com orgulho. Para apoiar a seleção que eles tanto amam, os "Maroons" - disse o médico de 35 anos.

Ao mesmo tempo, Mohamed foi responsável por fundar a "primeira torcida LGBTQIA+" da seleção do Qatar, para tentar incentivar outros cataris a se posicionarem contra o governo local, que criminaliza o posicionamento em prol da homossexualidade.

Mohamed exibe bandeira da torcida
Foto: Lance!

- Por isso que eu estou batizando a primeira torcida LGBTQIA+ da seleção do Qatar de "Pround Maroons" ("Maroons orgulhosos" na tradução para o português). A única torcida LGBTQIA+ que não pode ter torcedores do seu próprio país porque eles seriam mandados para cadeia. Vamos transformar os mais silenciados nos mais barulhentos - completou Nasser Mohamed.

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