Procuradoria se manifesta contra pedido de recálculo da pena de Robinho, condenado por estupro

Preso no Brasil, em São Paulo, o ex-jogador foi condenado na Itália a nove anos de prisão por participação em estupro coletivo, em 2013

5 set 2024 - 13h16
(atualizado às 14h31)
MP pede ao STJ que rejeite pedido da defesa de Robinho para recálculo da pena
MP pede ao STJ que rejeite pedido da defesa de Robinho para recálculo da pena
Foto: Reprodução / Jogada10

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeite o pedido da defesa de Robinho. O requerimento se refere ao recálculo da pena fixada pela Justiça italiana ao ex-jogador, que permanece preso por estupro e condenado a nove anos.

Os ministros da corte ainda não avaliaram a participação do ex-atleta, em suma apenas autorizaram o cumprimento da pena em território brasileiro. Na última segunda-feira, 2, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedido de mesmo teor, feito pela defesa de Robinho. 

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Artur e Brito Gueiros Souza, subprocurador-geral da República, explicou ao R7 que não há rejulgamento em casos de transferência da execução da pena. A defesa, por sua vez, justifica que o tempo deve obedecer aos limites da Constituição e legislação brasileira.

"Não há fase de 'dosimetria da pena' ou debate sobre enquadramento típico penal (se crime hediondo ou não) no instituto da transferência da pena criminal. Por isso, há a homologação da sentença estrangeira penal no STJ e não um 'novo julgamento. O Brasil habitualmente recebe brasileiros sentenciados em outros Estados, por meio do instituto da transferência de condenados, regulado genericamente pela Lei de Migração e por diversos tratados internacionais", disse o representante do MP.

MPF se manifesta

Emitida pela corte europeia, a sentença final saiu em janeiro de 2022 e não cabe recurso a Robinho. O Ministério Público Federal se manifestou favorável à homologação da condenação no caso do ex-atleta, por considerar que o pedido cumpriu os requisitos legais.

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O STF agendou a análise do pedido de habeas corpus de Robinho para o período de 6 a 13 de setembro. O julgamento ocorrerá em plenário virtual, e o ministro Luiz Fux, relator do caso, apresentará o relatório seguido do voto no sistema. Nesse ínterim, a defesa sugere a reabertura para julgamento no Brasil. O ex-atleta está presto na Penitenciária 2 de Tremembé, em São Paulo.

Condenado pela justiça italiana por estupro coletivo contra uma mulher albanesa, Robinho teve prisão decretada no fim de março. O caso ocorreu em Milão, na Itália, em 2013. O atleta acabou detido por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Atualmente, Robinho está preso na Penitenciária 2 de Tremembé, em São Paulo
Foto: Divulgação/Governo de São Paulo / Jogada10

Defesa de Robinho

Os representantes do ex-atleta argumentam que a dosimetria da pena deve obedecer aos limites da Constituição e legislação penal brasileira. A defesa destaca, ainda, a importância de respeitar a dupla tipicidade penal.

"Nesse contexto, compara a penalidade prevista no Código Penal brasileiro para o crime equivalente ao artigo 213 (estupro) — com pena mínima de seis anos e máxima de dez anos de reclusão — com a pena estabelecida na Itália, onde a sanção mínima é de 8 anos. Assim, sustenta que, sendo o réu primário, de bons antecedentes e sem circunstâncias agravantes, como no caso, a condenação deveria ser fixada no mínimo de seis anos, em regime semiaberto", se posicionou a defesa.

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