"Vou te amarrar e te chicotear". “Vontade de dar uns beijos molhados”. Estas são algumas das frases ditas por um professor do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB) em mensagens enviadas para alunas e ex-estagiárias. Álvaro Luiz Pereira Barros lecionava Educação Física na instituição de ensino subordinada à Força Aérea Brasileira (FAB).
Conforme denúncias que vêm sendo apuradas pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os assédios teriam acontecido entre os anos de 2014 e 2020, quando algumas estudantes ainda eram menores de idade. As últimas mulheres que denunciaram preferiram não ter suas identidades reveladas.
As vítimas entregaram aos advogados da comissão da OAB alguns prints que mostram trocas de mensagens com o professor. As duas estagiaram no Colégio no ano de 2016 e decidiram deixar o estágio na instituição após receberem mensagens consideradas inadequadas do professor, que teria tocado a coxa de uma das mulheres.
Uma das vítimas que a denúncia contou ao G1 que não conseguiu concluir o estágio por conta dos assédios de Álvaro Barros.
"Logo de cara ele fez um comentário que eu achei estranho. Era um período que a gente só observava a aula e tirava dúvidas com ele. A gente estava na aula, na beira da quadra conversando, trocando ideia e ele falou que sonhou comigo. Tinha mais duas meninas que faziam estágio no mesmo horário. Eu já fiquei meio em choque", contou a ex-estagiária.
Procurados pelo G1 sobre as denúncias de assédio contra o professor Álvaro Barros, os responsáveis pelo Colégio Brigadeiro Newton Braga enviaram uma nota, afirmando que o caso não foi denunciado formalmente à instituição. "A respeito dos questionamentos em tela, trata-se de assunto ocorrido há aproximadamente dois anos e que não foi denunciado formalmente à Instituição".