Após usar a linguagem neutra em um vídeo do Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região (CRP-21), no Piauí, a psicóloga Rafa Moon, conselheira secretária da organização, foi vítima de ataques transfóbicos nas redes sociais. Ela usou o termo “psicólogues” para incluir pessoas que utilizam o gênero neutro.
“Olá psicólogas, psicólogos e psicólogues”, iniciou Rafa Moon, convidando os profissionais para o preparatório do Congresso Regional de Psicologia (Corepsi), que irá acontecer neste mês de novembro.
Com uma série de comentários ofensivos, o CRP-21 decidiu fechar os comentários da publicação e compartilhou uma nota de repúdio às “agressões, ofensas e ataques transfóbicos, perpetrados nas redes sociais”.
“A manifestação de discursos de ódio, discriminatórios e ofensivos vão além da simples utilização de uma linguagem que busca incluir todos os grupos sociais da sociedade e importa na negação da dignidade da pessoa humana a essas pessoas e grupos, postura com a qual este Conselho nunca será conivente”, diz nota publicada no perfil da organização.
O Conselho Regional afirmou que não irá tolerar os ataques e comentou sobre as medidas cabíveis que estão tomando em relação aos comentários. “Como se sabe publicamente, quaisquer manifestações de transfobia constituem crime tipificado no nosso país, conforme decidido pelo STF em 2019”.
“Perante todo o exposto, em defesa das subjetividades, da pluralidade e da dignidade humana, reafirmamos a necessidade da luta contra a transfobia e qualquer outra forma de preconceito e discriminação, condições indispensáveis para a afirmação e a garantia dos direitos humanos da nossa sociedade”, finalizou.
Linguagem neutra
O termo linguagem neutra se refere à comunicação que abrange um gênero neutro para falar com as pessoas e conscientizar sobre a inclusão.
Considerando que nem todos os indivíduos usam pronomes femininos ou masculinos, uma das formas usadas para tornar a linguagem neutra é substituir os artigos binários por um artigo neutro, como “u” e “e”. A linguagem neutra é bastante utilizada por diversos membros da comunidade LGBTQIA+.
Além do todes: outras opções de linguagem neutra para incluir
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