Publicado pela primeira vez em 1982, "O livro no Brasil: sua história", de Laurence Hallewell conta que o primeiro clube de leitura que se tem notícia no país foi criado na década de 1940 por Mário de Andrade, Cândido Portinari e Aníbal Machado para distribuir poesias de Ovídio e Ribeiro Couto.
Décadas depois vieram o Círculo Literário, o Clube do Livro Selecionado e o Círculo do Livro, todos com proposta de estimular leitores. Eram mais próximos aos chamados hoje "clube de assinatura", onde se vendem os livros. Os leitores, no entanto, também acabavam se reunindo para ler e debater os títulos.
De lá pra cá muita coisa mudou. Em meados dos anos 90, a apresentadora Oprah Winfrey sacudiu o mercado editorial ao usar seu programa de televisão de sucesso como plataforma para autores e autoras que acabavam se tornando grandes best-sellers por meio de um clube do livro.
A fórmula deu certo e nas décadas seguintes outras famosas criaram seus clubes, ajudando assim a empoderar mulheres no mundo todo. Escolha o seu!
Reese Witherspoon
O clube de literatura fundado pela atriz e produtora em 2017 tem como objetivo promover a leitura e a discussão de histórias escritas por mulheres talentosas e diversas. A cada mês, Reese seleciona um livro que se destaca por sua narrativa cativante, personagens fortes e temas relevantes.
Os membros do clube têm a oportunidade de ler as obras e participar de discussões online, compartilhando suas opiniões e perspectivas sobre os livros escolhidos. O clube também proporciona uma plataforma para apoiar e dar visibilidade a autoras emergentes, ampliando o alcance de suas obras.
Alguns dos livros também foram adaptados para filmes e séries por Reese como "Garota Exemplar", "Big Little Lies", "Pequenos Incêndios em Todas as Partes" e "Daisy Jones & The Six".
Gabriela Prioli
O Clube do Livro comandado pela advogada e apresentadora acontece uma vez por ano e é totalmente on-line. A participação se dá mediante a inscrição e compra do livro, que dá também acesso a uma comunidade fechada no Instagram.
Por lá rolam as aulas pós-leitura e lives tira-dúvidas, além de materiais complementares para a condução da leitura das obras, todos os meses. "Em cada edição, uma lista de livros é cuidadosamente preparada para ajudar a expandir a visão de mundo, contribuindo ainda mais para conectar você a temas relevantes da atualidade", explica o site do clube.
Oprah Winfrey
O Oprah’s Book Club fundado lá em 1996 hoje acontece online, tanto no site da apresentadora quanto no perfil no Instagram. De quebra, Oprah ainda fez, em 2019, uma versão do clube para o Apple TV, entrevistando autores e autoras.
Sophia Abrahão
A atriz, cantora e apresentadora levou parte dos seus quase 6 milhões de seguidores no Instagram para um clube do livro.
No site de Sophia é possível fazer um cadastro e adquirir o livro, escolhido por meio de uma enquete no Twitter dela. Depois rolam discussões em lives, com perguntas pré selecionada por sua equipe.
Florence Welch
O clube de leitura "Between Two Books" surgiu em 2012, quando uma adolescente irlandesa tuitou para a vocalista da banda Florence + The Machine, Florence Welch sugerindo que ela criasse seu próprio clube do livro.
Fãs da banda apoiaram a ideia, prontamente aceita pela cantora, que começou a recomendar livros imediatamente. Desde então, Florence discutiu online obras de autores como Greta Gerwig, Nick Cave, Fiona Apple e Sally Rooney.
Manuela d'Ávila
"Clube de leitura da Manu" foi idealizado, organizado e realizado pela jornalista, mestra e doutoranda em Políticas Públicas. Ele teve sua primeira edição no segundo semestre de 2021, com o propósito de reunir pessoas que buscavam um novo prazer na leitura, seja para resgatar o hábito da leitura, explorar novas autoras ou debater sobre os livros que liam.
O Clube conta com encontros ao vivo, semanais, para leitura e debate com Manuela, além de encontros com convidadas e autoras.
Dica extra:
Clube Leituras Decoloniais
Elas não são famosas (mas deveriam, e serão), mas vale acompanhar o clube comandado por Camilla Dias, Isa Souza, Maria Ferreira e Pétala Souza.
"Leituras Decoloniais é um projeto coletivo negro e que nasce com o intuito de viabilizar produções de conteúdo independente que buscam reflexões sobre assuntos que envolvem sistemas de poder, raça, gênero e sociedade", explica o financiamento coletivo do projeto, que tem livros selecionados com uma curadoria composta por quatro mulheres negras que produzem conteúdo na internet sobre literatura envolvendo esses temas.