Um médico foi preso preventivamente nesta quarta-feira, 29, por suspeita de matar a esposa com remédio de uso restrito hospitalar, em Canoas, no interior do Rio Grande do Sul. Andre Lorscheitter Baptista ainda teria colocado em um sorvete medicamento para a vítima dormir, antes de administrar outros fármacos. O caso é investigado como feminicídio. A informação é da RBS TV, afiliada da Rede Globo.
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A enfermeira Patricia Rosa dos Santos morreu no último dia 22. Naquele dia, por volta das 8h, Baptista ligou para a família dela e deu a notícia de sua morte. Os familiares foram até o apartamento do casal para saber mais informações sobre o caso, e quando chegou ao local, o suspeito apresentou o atestado de óbito, assinado por outro médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), dizendo que a vítima morreu em decorrência de um infarto agudo no miocárdio.
Desconfiados da versão, os familiares acionaram a Polícia Civil, exigindo uma autópsia. “Nós notamos que, após os familiares nos comunicarem, o local havia sido parcialmente desfeito. Havia alguns indícios que não estavam fechando com a situação de fato que foi informada primeiramente, do infarto. O corpo havia sido movido de local, havia também um pote de sorvete com ela, e junto a ela o marido, que estava no entorno, muito nervoso no sentido de proteger o seu veículo”, informou o delegado Arthur Hermes Reguse.
A perícia foi acionada e no teste feito no pote de sorvete foi encontrado Zolpidem, uma medicação controlada para dormir, conforme informou a autoridade. A investigação aponta que ele deu o remédio no doce para que a Patrícia dormisse, e então, ele pudesse fazer a administração de outras substâncias.
“Posteriormente a isso, ficou concluso que o marido administrou medicações de uso restrito hospitalar do Samu, o que causou o óbito dela, por conta da deficiência de respiração. Era uma medicação que era obrigatória ser feita uma ventilação imediata para entubamento da pessoa, em caso de provável morte", aponta o delegado.
No apartamento do casal também foi encontrada uma gaze com sangue, que após o teste, foi confirmado que era da vítima. A polícia também localizou cartelas de outros medicamentos, como Midazolam, usado para matar o Bernardo Boldrini, de 11 anos, em abril de 2014, em Três Passos (RS).
"Ela tinha marcas nos pés e nos braços de pontas de agulha, onde foi administrado essa medicação para fim de obter esse resultado morte", reforça o delegado.
Após a morte de Patrícia, Baptista foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da cidade, mas preferiu ficar em silêncio. Após a sua prisão, ele foi encaminhado novamente para a unidade, onde foi ouvido.
"É um caos que foi desde o início que se tomou muito cuidado com a cadeia de custódia das provas. A perícia técnica atuou de forma muito contundente, muito rápida, então, nós temos a certeza de que foi administrado todo esse medicamento no corpo dela, o que levou a morte dela por intenção do marido", finaliza Reguse.
O Terra não conseguiu localizar a defesa do suspeito. O espaço permanece aberto para manifestações.