A atriz Samara Felippo, de 45 anos de idade, se emocionou ao falar sobre o ataque racista que sua filha, Alicia, sofreu na última semana na escola. De acordo com a artista, algumas alunas -- não se sabe quantas -- danificaram um trabalho de sua filha e escreveram uma expressão de cunho racista em seu caderno.
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"Cheguei em casa e vi a Alicia debruçada na mesa, tendo que refazer cada linha [do trabalho]. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. É impossível não sentir raiva, nenhuma mãe quer. Arrancaram todas as páginas de um trabalho que ela fez, dentro do caderno dela tinha uma frase cunho racista gravíssimo. Não estou aqui para apedrejar a escola. A ação que eles tomaram foi importante, mas ainda é um projeto antirracista falho", disse Samara Felippo, em entrevista ao Fantástico.
Daniel Helene, representante da escola particular de elite, reconheceu que o episódio foi uma falha no projeto antirracista da instituição. Porém, ao contrário do que deseja a atriz, a direção não pretende expulsar as alunos. De acordo com ele, não seria pedagógico lidar com a situação desta maneira, visto que as docentes não são reincidentes.
"Sem dúvida, desde o primeiro momento reconhecemos como ato racista. As agressoras ficarão suspensas por tempo indeterminado para que a escola possa amadurecer o que aconteceu e como vai prosseguir. Se a gente visse que as meninas fossem reincidentes, a gente podia avaliar uma expulsão, mas não são. Viver em uma escola antirracista é pensar: o que vamos fazer a partir disso?", disse ele ao dominical.
Para Felippo, o desejo de expulsão tem relação com bem-estar mental da filha, visto que Alicia terá que encarar as agressoras novamente quando voltar à escola. Enquanto isso, a adolescente está recebendo apoio familiar e aproveitando o momento para refazer o trabalho que foi destruído.
"Alicia é muito tímida, muito na dela, muito amorosa, muito sensível. É muito lindo de ver ela conseguindo falar tudo que ela precisa. Blindar ela disso, realmente, não dá, mas estou fazendo ela tomar consciência do poder que ela tem e que ela pode ocupar os espaço que ela quiser", encerra Samara Felippo.