A atriz Samara Felippo expressou sua indignação com decisão que impede sua filha, vítima de racismo escolar, de se manifestar em audiência do processo que investiga o caso.
A atriz Samara Felippo compartilhou em suas redes sociais sua revolta diante de uma atualização do processo que apura o caso de racismo que sua filha Alicia, de 14 anos, sofreu na escola onde estuda. “Nota de indignação sobre o caso de racismo no ambiente escolar sofrido pela minha filha”, escreveu na legenda da postagem.
“Vítima de racismo explícito ocorrido na escola, no dia 22 de abril, minha filha, de 14 anos, foi proibida de manifestar-se no processo que apura a conduta de suas ex-colegas de escola, agressoras que inclusive confessaram a prática de racismo. Onde a escola também reconheceu o ato racista”, diz a nota, publicada em colaboração com o advogado Hédio Silva Jr.
Samara contou que sua filha poderá estar presente na audiência, mas “calada”, sem a oportunidade de expressar sua perspectiva sobre os acontecimentos.
“Por que um ato infracional análogo ao crime de racismo, confessado pelas agressoras, está sendo tratado como violação de direito autoral? Ou seja, está sendo tratado como se as agressoras somente tivessem rasgado um trabalho escolar e ponto. Existe uma frase violenta de cunho racista no interior do caderno. Por que isso não está sendo levado em conta?”, indagou.
Em seguida, Samara compartilhou observações que surgiram durante esse tempo. “O que mais ouvi nesse processo de denunciar o racismo vivido pela minha filha na escola foi: 'Estão te dando ouvidos porque você é famosa! É branca. A Justiça para você funciona!’. Então eu estou aqui porque realmente estou assustada com o andar das coisas”, escreveu.
Segundo a nota, Samara, sua filha e seus advogados ainda não foram ouvidos pela Justiça. “Não estou lutando somente pela minha filha, venho há anos, através das minhas redes, denunciando casos de racismo”.
Samara comentou que, diariamente, crianças, adolescentes e até professores enfrentam situações de racismo no ambiente escolar, resultando em muitos casos em que essas crianças desistem de voltar à escola.
“Não sei o que pensar sobre essa decisão. Meus advogados estão tomando as providências, mas estou estarrecida. A relativização do racismo persiste”, concluiu.