A jornalista Alline Calandrini, 36 anos, que comenta jogos de futebol na Globo, costuma estudar os times, táticas em campo e outros aspectos que envolvem as partidas, além do seu conhecimento como ex-jogadora de futebol. No entanto, ela ainda é criticada.
"Independentemente de estudar mais ou menos, sempre haverá machismo escancarado, homens com ódio destinado às mulheres. Quando o narrador homem erra, passa batido. Já se é a mulher que erra, pegam mais no pé", disse ao F5, site de entretenimento do jornal Folha de S. Paulo.
Uma das poucas comentaristas mulheres da emissora, Alline nunca imaginou que um dia estaria na TV. "Porque não via mulheres comentando jogos. Temos que sempre falar da importância de termos mais mulheres nos cargos televisivos, e a emissora vem abrindo essas portas. São pessoas, independentemente de orientação sexual, cor, religião. O cenário, hoje, é mais diverso."
Relacionamento LGBTQIA+ e preconceito
Alline Calandrini ainda falou sobre ser uma inspiração para outras pessoas e citou a namorada, a jornalista e apresentadora Stephanie Paula. "Tenho apoio da minha namorada para tudo. Não é sempre que vemos uma nortista falando ou jogando na maior emissora do país. Recebo carinho e muitos feedbacks positivos."
No entanto, existem pessoas que a discriminam por causa de sua orientação sexual, no esporte e no jornalismo. "Como jogadora, existe uma discriminação sobre a orientação sexual. Falam: 'Um bando de mulher macho, sapatão, coitadinhas'. Convivo desde a minha infância com isso, mas não me incomoda. Tenho pena dos intolerantes e o mais importante é o apoio da família, isso eu sempre tive. Claro que quando mais nova ficava assustada. É o ódio sempre voltado às mulheres."
"Como jornalista também acontece. Alguns tentam me diminuir, falam que não entendo nada, usam palavras pejorativas", afirmou Alline.