"Sei que você quer": mulheres relatam assédio de juiz de SP

As vítimas teriam sido assediadas por Marcos Scalercio, juiz substituto do TRT e professor do Damásio Educacional, entre 2014 e 2020

15 ago 2022 - 15h46
Os relatos contra Scalercio foram divulgados nas redes sociais, mas logo chegaram à ONG Me Too Brasil
Os relatos contra Scalercio foram divulgados nas redes sociais, mas logo chegaram à ONG Me Too Brasil
Foto: Reprodução/Twitter

Marcos Scalercio, juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região e professor do renomado cursinho preparatório Damásio Educacional, de São Paulo (SP), está sendo acusado de assediar sexualmente dez mulheres entre 2014 e 2020. Seis alunas do Damásio, uma estagiária de direito, uma professora de direito, uma advogada e uma funcionária do TRT temem serem identificadas por medo do que pode acontecer.

De início, os relatos foram divulgados nas redes sociais, mas logo chegaram à ONG Me Too Brasil, que oferece assistência jurídica de forma gratuita para as vítimas de violência sexual. Agora, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão apurando as denúncias de três mulheres que procuraram a ONG Me Too Brasil para formalizar as denúncias.

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Alguns dos relatos foram postados nas redes sociais, em grupos de concursos públicos para mulheres com prints que comprovam os assédios cometidos por Marcos. Tês mulheres acusam o juiz de agarrá-las à força no gabinete dele no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Zona Oeste da capital, e também em uma cafeteria próxima ao curso preparatório. Já as outras sete vítimas disseram que Scalercio as assediou através das redes sociais, mandando mensagens inapropriadas.

De acordo com informações do G1, a funcionária do TRT, uma das três denunciantes, relatou o assédio para a Corregedoria do TRT, que ocorreu no Fórum Trabalhista em 2018. O crime aconteceu após ela perguntar sobre as possibilidades de trabalho durante um evento no prédio do fórum. “Quando chegou no gabinete, o doutor Marcos [Scalercio] levantou e segurou os [meus] dois braços. Colocou força nos dois braços e começou a [me] beijar”, contou ela ao TRT.

Segundo ela, o juiz a encoxou e ainda disse “sei que você quer”. A funcionária tentou se afastar dele, assustada, colocando a mão em seu rosto e o empurrando.

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Já a estudante de Direito que estagiava no fórum em 2019 contou que o assédio aconteceu ao pegar a assinatura de Marcos para cumprir a grade curricular que a faculdade exigia. “Eu o questionei se ele não tinha medo de criar essa situação dentro do próprio gabinete. Ele disse que ninguém acreditaria caso eu contasse”, disse a aluna, conforme a reportagem. Uma advogada também relatou o assédio ao Me Too Brasil afirmando que em 2020, quando seguia o juiz nas redes sociais, ele começou a perguntar sobre a sua vida sexual. 

Fonte: Redação Nós
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