Steven Tyler, do Aerosmith, foi acusado de agressão sexual por uma mulher em Nova York, que alega ter sido atacada pelo cantor há quase 50 anos em uma cabine telefônica em Nova York. O site TMZ divulgou informações do processo, movido por Jeanne Bellino, nessa quinta-feira, 2.
Em Nova York não há prazo de prescrição para alguns crimes sexuais, por isso ela conseguiu entrar com a ação.
Essa é a segunda acusação de abuso sexual de menores contra Steven Tyler. No ano passado, ele foi acusado por uma mulher que disse ter sido abusada aos 16 anos, também nos anos 1970. As alegações dela incluem um episódio narrado pelo próprio cantor em sua autobiografia. Mas ele negou a acusação. Ele foi procurado pelo TMZ para falar sobre o novo caso, mas não se pronunciou.
O TMZ diz que teve acesso aos documentos do processo movido por Jeanne Bellino. Ela afirma que trabalhava como modelo e foi convidada por um amigo para uma festa onde ela poderia conhecer os músicos do Aerosmith.
Depois disso, ela estaria na rua, em Nova York, com Steven Tyler e sua equipe, quando o cantor a jogou dentro de uma cabine telefônica, a agarrou, beijou a força e começou a se esfregar nela. A mulher afirma que conseguiu fugir após um tempo, foi para o grupo para um hotel, e lá Steven Tyler também tentou agarrá-la à força.
Ela então fugiu do hotel e pegou um táxi para casa, onde imediatamente contou para a irmã o que teria acontecido. O TMZ não especifica a data em que o suposto abuso ocorreu, mas diz que o fato descrito na acusação é de "quase 50 anos atrás".
Steven Tyler negou primeira acusação
No início de 2023, o cantor negou as acusações de que teria abusado sexualmente de uma mulher menor de idade de 16 anos nos anos 1970. Ele foi formalmente indiciado pelo crime em fevereiro.
Segundo Julia Misley, antes conhecida como Julia Holcomb, o cantor teria praticado violência sexual contra ela e a forçado a fazer um aborto após uma gravidez indesejada. Na época, ela tinha 16 anos e ele 25.
A vítima, que hoje tem 65 anos, também acusa o cantor de drogá-la para conseguir obter a tutela legal da adolescente para viajar em turnê com o artista.
A ação é baseada no livro de memórias de Tyler, Does The Noise In My Head Bother You, em que ele próprio conta que "quase ficou noivo de uma adolescente". "Os pais dela se apaixonaram por mim e assinaram um papel de custódia para que eu não fosse preso. Eu a levei em turnê comigo", diz na obra.
De acordo com a revista Rolling Stone, a defesa do músico enviou um documento ao tribunal em que o processo corre em Los Angeles, Estados Unidos, com uma série de reivindicações. Tyler alega que a relação sexual foi consentida e que tinha imunidade por ser o tutor legal de Julia na época.
Ele ainda afirma que a mulher "não sofreu nenhum ferimento ou dano como resultado de qualquer ação" que tenha praticado. Em sua acusação, Julia havia alegado que relembrar a experiência no livro do cantor reviveu seus traumas e lhe deu "infâmia involuntária".
Em resposta à defesa de Tyler, o advogado de Julia, Jeff Anderson, emitiu uma declaração em que classificou a resposta do cantor como "gaslighting" - uma forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas para favorecer o abusador. Para ele, o vocalista está "usando uma tutela legal falsa para evitar processos por crimes sexuais".