Suplente de vereadora, cantora trans é assassinada de forma cruel no Mato Grosso

Santrosa defendia acesso à cultura para comunidades periféricas e visibilidade para pessoas LGBTQIA+

11 nov 2024 - 12h05
(atualizado às 12h40)
Santrosa, cantora e suplente de vereadora transexual, foi morta no Mato Grosso
Santrosa, cantora e suplente de vereadora transexual, foi morta no Mato Grosso
Foto: @santrosaa via Instagram / Estadão

A cantora e suplente de vereadora transexual Santrosa (PSDB), de 27 anos, foi achada morta no domingo, 10, em uma região de mata do município de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá (MT). Segundo a Polícia Civil, o corpo da vítima foi encontrado decapitado e com as mãos e os pés amarrados. Até o momento, o nome de nenhum suspeito foi divulgado pelas autoridades.

Santrosa havia sido candidata a vereadora nas eleições municipais de 2024 pelo PSDB, mas não conseguiu se eleger. Ele seria suplente a partir do próximo ano, podendo ser chamada para assumir o cargo em situações específicas.

Publicidade

A Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso informou que acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia (GECCH) para pressionar por uma investigação.

Na política, Santrosa tinha propostas focadas principalmente no acesso à cultura para as comunidades periféricas e visibilidade das pessoas LGBTQIA+, além de lutar por direitos e combater a discriminação contra essa população. De acordo com o último relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil segue como o País com mais mortes de pessoas trans pelo 15º ano consecutivo, com 145 casos de assassinatos e dez suicídios em 2023.

Desaparecimento de Santrosa ocorreu no sábado

De acordo com informações da Polícia Civil, Santrosa deixou sua residência por volta das 11h de sábado, 9, e não retornou mais. A família registrou o boletim de ocorrência após a artista não comparecer a um show agendado naquela noite. Além de um perfil no YouTube, onde divulgava seus clipes, Santrosa também mantinha no Instagram duas contas: uma pessoal, focada em sua carreira como cantora, com 12,1 mil seguidores, e outra focada em sua carreira política. Os perfis vêm recebendo comentários de amigos e admiradores, lamentando seu assassinato e pedindo por justiça.

Siga o 'Estadão' nas redes sociais

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se