Suprema Corte dos EUA revoga direito ao aborto: como decisão repercutiu entre políticos e celebridades

Barack Obama, Hillary Clinton e Boris Johnson lamentaram a decisão.

24 jun 2022 - 14h10
(atualizado às 14h12)
Mulheres choram na frente da Suprema Corte dos EUA, em Washington, após decisão sobre direito ao aborto
Mulheres choram na frente da Suprema Corte dos EUA, em Washington, após decisão sobre direito ao aborto
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que abre caminho para restrições e proibições ao aborto no país, anunciada na sexta-feira (24/6), provocou grande controvérsia entre políticos e celebridades.

Os juízes da Corte consideraram válida uma lei criada no Estado do Mississippi, de 2018, que veta a interrupção da gravidez após a 15ª semana de gestação, mesmo em casos de estupro.

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A sentença reverte um precedente criado pelo caso "Roe x Wade" — uma decisão histórica que há quase 50 anos garantia o acesso ao aborto em todo o país.

Confira a seguir como a deliberação repercutiu em diversas partes do mundo.

Barack e Michelle Obama

O ex-presidente dos EUA foi um dos primeiros a se pronunciar, por meio de suas redes sociais e em um comunicado assinado também pela ex-primeira dama.

"Hoje, a Suprema Corte não apenas reverteu quase 50 anos de precedentes, mas relegou a decisão mais intensamente pessoal que alguém pode tomar aos caprichos de políticos e ideólogos, atacando as liberdades essenciais de milhões de americanos", escreveu Obama no Twitter.

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Em um comunicado compartilhado em suas redes sociais, escrito em maio, quando as primeiras informações sobre uma possível decisão do tribunal começaram a circular, o ex-presidente afirmou ainda que a deliberação é um golpe "não apenas para as mulheres, mas para todos nós que acreditamos que em uma sociedade livre há limites para o quanto o governo pode invadir nossas vidas pessoais".

"É improvável que essa decisão reduza significativamente os abortos, que vêm diminuindo nas últimas décadas graças em grande parte ao melhor acesso à contracepção e à educação", escreveram Barack e Michelle Obama.

"Em vez disso, como já começamos a ver em Estados com leis de aborto restritivas, as mulheres com recursos viajam para Estados onde o aborto permanece legal e seguro. Enquanto aquelas sem dinheiro suficiente ou acesso a transporte ou capacidade de sair da escola ou do trabalho enfrentam as mesmas circunstâncias que a maioria das mulheres enfrentou antes de Roe, buscando desesperadamente abortos ilegais que inevitavelmente representam graves riscos para sua saúde, sua capacidade futura de ter filhos e, às vezes, suas vidas."

Michelle também se pronunciou em suas redes sociais. "Hoje estou com o coração partido", escreveu no Instagram. "Estou com o coração partido pelas pessoas neste país que acabaram de perder o direito fundamental de tomar decisões informadas a respeito de seus próprios corpos."

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Hillary Clinton

A ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado afirmou no Twitter que a decisão da Suprema Corte é um retrocesso para os direitos das mulheres.

"A maioria dos americanos acredita que a decisão de ter um filho é uma das decisões mais sagradas que existem e que essas decisões devem continuar a ser tomadas entre os pacientes e seus médicos", escreveu ela.

Clinton também pediu ao público que apoie e doe aos candidatos democratas, para proteger os direitos reprodutivos.

Boris Johnson

O primeiro-ministro do Reino Unido classificou a decisão como "um grande retrocesso".

"É uma decisão muito importante. Devo dizer a vocês, acho que é um grande retrocesso", disse durante uma entrevista coletiva em Ruanda, onde está em viagem oficial.

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"Sempre acreditei no direito de escolha da mulher e mantenho essa visão."

Viola Davis

A atriz americana e vencedora do Oscar lamentou a decisão.

"Destruída. Agora, mais do que nunca, temos que usar nossa voz e poder!", publicou no Twitter.

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61931286

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