Leandro Alves da Costa, preso no dia 6 de janeiro, na fronteira do Brasil com o Paraguai, por uso de documento falso, teria atacado pelo menos dez garotas de programa. Ele é suspeito de envolvimento na morte de uma prostituta em outubro de 2022, que teve o corpo ocultado num matagal, na cidade de Abadia de Goiás.
De acordo com o jornal O Globo, ele é apontado como autor de casos de agressão, estupro e assassinato de mulheres no Brasil e no Paraguai. No Paraguai, segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de matar uma garota de programa de 15 anos. No Brasil, o caso mais recente é o de Deyselene de Menezes Rocha, torturada e morta com 33 facadas em um motel em outubro do ano passado. O corpo foi encontrado em um matagal.
Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira, 13, os delegados Arthur Fleury e Carlos Levergger mostraram que há evidências de que ele tenha praticado crimes em série.
Ele é investigado ainda por outros oito crimes de agressões graves, tortura e estupro, que teriam acontecido a partir de 2014 em Aparecida de Goiás (GO). “Só que agora, mais recentemente, ele evoluiu das agressões para o homicídio, provavelmente, para não deixar testemunhas”, explicou o delegado Fleury.
Fleury estava acompanhado do delegado Carlos Levergger, que conduziu a investigação dos casos das garotas agredidas em 2014. Levergger explicou que, à época, as vítimas, todas garotas de programa que trabalhavam na região dos motéis, nas proximidades da BR-153, relataram que foram agredidas, forçadas a manter relação sexual sem preservativo e, em alguns casos, tiveram os rostos desfigurados por ação de objetos cortantes. “O inquérito foi robusto, com todas as provas, enviado ao Judiciário”, pontuou.
Segundo as autoridades, vítimas da época relataram que Leandro tinha preferências sexuais que causavam estranheza nas mulheres, as quais reagiam de forma surpresa e que desagradava o suspeito. O comportamento se repetiu na vítima encontrada morta em Abadia de Goiás.
Nesse caso, a mulher chegou a mandar uma mensagem para uma amiga, comentando a preferência do cliente e dizendo que nunca havia praticado tal ato. Leandro ficou preso por cerca de oito anos e, no final de 2021, recebeu o benefício de cumprir a pena em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Além de Leandro, outro homem foi preso e uma mulher, que estava foragida até a última terça-feira, 10, foi localizada e ouvida na delegacia da cidade nesta quinta-feira , 12. A mulher, também garota de programa, contou que foi ao motel acompanhada de um amigo de Leandro, após receber um pix antecipado do próprio suspeito.
“Ao que tudo indica, esse comparsa entrou no motel para ajudar o amigo, que já tinha praticado o crime”, conta Fleury. Imagens do circuito interno do motel ajudaram a polícia a traçar a movimentação dos dois casais no dia do crime.