Apresentadora Tati Machado reflete sobre seus privilégios como mulher branca casada com um homem preto e destaca a importância da luta antirracista.
A apresentadora Tati Machado, 33 anos, compartilhou uma reflexão sobre como seu casamento com um homem preto, o cineasta e diretor de fotografia Bruno Monteiro, a ajudou a reconhecer seus privilégios como mulher branca e a fortalecer seu compromisso na luta antirracista.
Segundo Tati, o Dia da Consciência Negra faz com que ela fique mais reflexiva. "É uma data que me faz refletir muito sobre meus privilégios. E os meus privilégios como mulher branca", afirmou ela no programa Saia Justa, exibido na última quarta-feira, 20.
"Eu penso muito na relação que eu tenho com o meu marido, porque eu sou casada com um homem preto, e o quanto que eu passei a entender mais dos meus privilégios dentro dessa relação, vivendo essa relação, e de como eu me tornei uma pessoa muito mais questionadora."
Tati destacou ainda como essa mudança impacta suas atitudes no dia a dia. "Não só questionadora da piada alheia, da piada racista que muitas vezes acontece dentro das minhas bolhas, mas também das atitudes que eu vejo, principalmente com as coisas que eu vivo, presencio junto com meu marido. É muito bom porque essa data faz com que a reflexão aumente até dentro dos nosso próprios lares. Coisa que não acontecia muito", disse.
A apresentadora sabe que cada pessoa tem os seus problemas e dificuldades. "Mas quantas vezes eu já não escutei discursos de pessoas brancas dizendo: 'nossa, já passei por dificuldade, para me alimentar, financeira'. Mas não há comparação, ainda assim vai ser dentro de um privilégio", ressaltou.
"Eu só tomei essa real consciência quando eu passei a me relacionar com o Bruno e ter vivências que não são vivências fáceis. Mesmo quando você prospera, quando a vida vai melhorando", acrescentou ela. "A vida te lembra que você é preto", complementou Rita Batista, também apresentadora do Saia Justa.
Tati Machado costuma fazer o exercício de ir aos lugares com o marido e ver quantas pessoas pretas frequentam o local. "É raro a gente realmente ver", contou.
"Que bom que isso está dentro da pauta na minha vida, e acho que isso faz com que eu consiga, de alguma maneira, expandir e entender que eu posso ter um lugar nessa luta antirracista", finalizou a jornalista.