Taxa de mortalidade de crianças indígenas no Brasil, nos anos 2018 a 2022, foi de 34,7, maior que a registrada entre crianças não indígenas (14,2).
Segundo dados divulgados pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) nesta terça-feira, 9, a taxa de mortalidade de crianças indígenas com até quatro anos, no período de 2018 a 2022, foi mais do que o dobro do índice encontrado entre crianças não indígenas no Brasil.
A cada mil crianças indígenas nascidas vivas, 34,9 morreram em 2018. Em 2022, a taxa diminuiu ligeiramente para 34,7. Em contrapartida, a taxa de morte entre as crianças não indígenas com até quatro anos de idade foi de 13,3 em 2018 e, em 2022, ficou em 14,2.
O estudo revela ainda que as principais causas de óbito de crianças indígenas são doenças evitáveis, ou seja, que poderiam ter sido prevenidas.
Cerca de 70% das mortes entre as crianças não indígenas estão relacionadas a complicações durante a gravidez, parto, pós-parto ou malformações congênitas. O percentual cai para 40% entre a população indígena.
Por outro lado, as causas ligadas ao sistema respiratório, doenças infecciosas e parasitárias, ou condições endócrinas, nutricionais e metabólicas representam 14% das mortes entre não indígenas e, para os indígenas, o número sobe para 38%.
Os dados, obtidos pelo Datasus, indicam também que, em 2018, a cada mil nascimentos de crianças indígenas vivas, 14,7 não sobreviveram e morreram antes de completar 27 dias de vida. Em relação às crianças não indígenas, a taxa foi de 7,9. No ano de 2022, foi constatado um índice de 12,4, número 55% maior do que o registrado entre crianças não indígenas, que continuou em 8.