O técnico do Paris Saint-Germain (PSG), Cristophe Galtier, e o filho dele, John Valovic-Galtier, foram detidos nesta sexta-feira, 30, acusados de racismo e islamofobia. Segundo os jornais L’Équipe e Le Monde, pai e filho estão sob custódia policial em Nice, sudeste da França, disse o promotor Xavier Bonhomme.
Em abril, uma investigação foi aberta por suspeita de discriminação racial ou religiosa. O treinador de 56 anos estava à frente do time do Nice na época do crime.
Dias antes, o jornalista independente Romain Molina e o jornal RMC Sports revelaram a existência de um email atribuído ao ex-gerente do Nice, Julien Fournier. Na mensagem enviada a Dave Brailsford, diretor esportivo da Ineos, dona do Nice, Fournier denunciou que Galtier havia sido discriminatório a uma parte do plantel do Nice, falando sobre a origem dos jogadores.
Galtier teria reclamado para Fournier, em agosto de 2021, que “não poderia ter tantos negros e muçulmanos na equipe".
Braislford foi cobrado por tomar medidas sobre “acontecimentos, atitudes e comentários totalmente inaceitáveis e intoleráveis, contrários aos meus valores, do treinador”, segundo o jornal The Guardian. O técnico deixou o Nice em junho de 2022, para assumir o PSG.
O depoimento de Founier foi prestado em maio. Outros jogadores e dirigentes do Nice também foram ouvidos durante a investigação, segundo o L’Équipe.
Galtier negou as acusações e denunciou Fournier e, depois de receber ameaças de morte na internet, também denunciou os jornalistas Daniel Riolo e Romain Molina por difamação.
Galtier foi preso antes de conhecer seu sucessor no banco do PSG. Luis Enrique Marínez, ex-técnico da Espanha, é o mais cotado para substituí-lo.
Galtier foi informado no início de junho que não iria cumprir o segundo ano de seu contrato, apesar de ter conquistado o 11º título do campeonato francês. O ex-zagueiro teve uma temporada muito difícil no clube de maior prestígio que liderou após as passagens por Saint-Étienne (2009-2017), Lille (2017-2021) e Nice (2021-2022).