Quinze atuais funcionários ou ex-trabalhadores negros da Tesla entraram com uma ação contra a fabricante de veículos elétricos na quinta-feira, alegando que foram submetidos a abuso racial e assédio nas unidades produtivas da companhia.
Os trabalhadores disseram que foram regularmente submetidos a comentários e comportamentos racistas de colegas, gerentes e funcionários de recursos humanos, de acordo com um processo aberto em um tribunal estadual na Califórnia.
O assédio, que ocorreu principalmente na fábrica da Tesla em Freemont, incluiu o uso de termos como "nigger" (forma considerada altamente pejorativa para se referir aos negros nos Estados Unidos) e "escravo", além de comentários de cunho sexual como "gosta de bunda", de acordo com o processo.
Além disso, "procedimentos operacionais padrões da montadora incluem discriminação racial flagrante, aberta e não mitigada", apontam as acusações.
Alguns desses funcionários e ex-trabalhadores foram designados para cargos com maior exigência física na Tesla ou preteridos para promoções, segundo o documento.
De acordo com as acusações, Montieco Justice, trabalhador da parte produtiva da montadora em Fremont, teve o cargo imediatamente rebaixado ao retornar à Tesla depois de tirar uma licença autorizada por causa da Covid-19.
A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
A montadora enfrenta pelo menos 10 processos de discriminação racial generalizada ou assédio sexual. Um deles é liderado por uma agência de direitos civis do Estado norte-americano da Califórnia.
Anteriormente, a empresa negou irregularidades e disse que tem políticas em vigor para prevenir e lidar com a má conduta no local de trabalho.
Na segunda-feira, um juiz federal da Califórnia ordenou um novo julgamento sobre os danos que a Tesla deve a um ex-operário negro que acusou a empresa de discriminação racial, depois que ele recusou uma indenização de 15 milhões de dólares.