Lunna da Silva (PSB), vereadora de Pompéu, Minas Gerais, foi vítima de transfobia pelo presidente da Câmara Municipal de Pompéu, Normando José Duarte (PSD), que se referiu a ela com pronomes masculinos diversas vezes, mesmo tendo sido corrigido pela vereadora.
Em uma discussão sobre o projeto de reajuste salarial dos servidores, Normando interrompeu Lunna e insistia em chamá-la de "senhor" e "ele".
"Estamos tratando de um projeto e o senhor vem com outro", disse Normando. A vereadora corrigiu o presidente: "Senhora. Primeiramente me trate como tal. Sou uma mulher e mereço respeito desta casa principalmente".
A vereadora mineira Lunna da Silva foi tratada diversas vezes como "senhor", mesmo depois de alertar o também vereador Normando José. “Senhora. Primeiramente me trate como tal. Sou uma mulher e mereço respeito desta casa principalmente”, exigiu. pic.twitter.com/ViZnjA3N7y
— Anderson Costolli (@Costolli) March 7, 2023
Segundo informações do G1, Lunna registrou o boletim de ocorrência na Polícia Militar (PM) e encaminhou um ofício para a Comissão de Ética da Câmara de Pompéu. A parlamentar já foi ouvida pela polícia que segue investigando o caso, que ocorreu no dia 23 de fevereiro.
A vereadora contou que, apesar de já ter passado por situações semelhantes a essa, ao menos esperava respeito no trabalho. "A minha maior tristeza foi ver a minha mãe chorar dizendo para mim que pensava que nunca mais iria presenciar isso, por eu estar dentro da Casa do Povo. Mas não devo me calar por que eu represento a todos e me escolheram para lutar", disse ao G1.
Lunna ressaltou que está tomando todas as medidas cabíveis. "Se eu abaixo a cabeça, farão novamente. Tomei todas as providências para que ninguém volte a sofrer com essa violência de homofobia, transfobia, de preconceito. É muito ruim, as pessoas não sabem, mas é muito triste passar por isso", contou ela.
O Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou os crimes de transfobia e homofobia ao crime de racismo, na lei do Racismo (Lei n 7.716/1989).