“Pessoas pretas, muitas vezes, são silenciadas e perdem o direito ou a vontade de explicar o básico. São microviolências que cansam, que deixam a gente sem esperança e machucam”. Foi a partir desse sentimento que o estudante pernambucano de odontologia, Italo Monteiro, escreveu uma thread no twitter, dando conselhos para pessoas brancas que se relacionam com pessoas pretas.
Na sua publicação, que já soma mais de 1 milhão de views, Italo pontuou 8 tópicos sobre as relações de pessoas brancas com pessoas não brancas. Cada observação foi escrita pelas próprias inquietações e vivências do estudante, que fez questão de destacar que as relações não se resumem a romance apenas, mas incluem também amizades.
UMA THREAD A PESSOAS BRANCAS QUE SE RELACIONAM A PESSOAS NÃO BRANCAS:
— o palhaço do circo sem futuro (@_italomonteiro_) December 26, 2022
Italo contou que o objetivo principal da thread foi desabafar sobre sentimentos e inquietações que surgiram através de conversas com amigos. “Há alguns dias venho com essa inquietação e quis expor meus sentimentos de como, muitas vezes, não conseguimos simplesmente falar o básico do que sentimos e de como o outro, geralmente brancos, não estão atentos a nossas questões”, afirmou.
O estudante de odontologia não imaginava que a sua publicação fosse crescer e ganhar visibilidade, mas afirmou que “ver que ela tem tomado proporções maiores me deixa feliz por ver tantas e tantos concordando com isso”.
Ele ainda afirmou que, inicialmente, tinha postado somente pensando em relações de afeto/amorosas, mas que um seguidor, através de um retweet, destacou que amizades também passam por isso.
"Várias vezes, a brincadeira de 'eita, tu é a cota do rolê' aconteceu. Um rolê com um espaço ocupado apenas por brancos que nos olham com desdém e seguem como se a gente fosse nada. E a gente ali deslocado”, acrescentou.
Italo ainda fez um apelo. Para ele, os amigos brancos precisam compreender que o racismo machuca. “ A forma como a gente reage ao mínimo é para extravasar, por pra fora o grito que está guardado e a dor que a gente segue vivendo como se não tivesse ali”.