Uganda condenou nesta terça-feira, 30, a resposta ocidental à nova legislação anti-LGBTQ do país da África Oriental, considerada uma das mais duras do mundo, e disse que as ameaças de sanções por parte dos doadores equivalem a "chantagem".
A lei assinada pelo presidente de Uganda, Yoweri Museveni, prevê a pena de morte para "homossexualidade agravada", um delito que inclui a transmissão do HIV por meio de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.
Sua promulgação, anunciada na segunda-feira, atraiu reprimendas imediatas dos governos ocidentais e põe em risco alguns dos bilhões de dólares em ajuda externa que o país recebe a cada ano.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou cortes de ajuda e outras sanções, enquanto o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que o governo considerará restrições de visto contra autoridades de Uganda.
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que a lei afetará os laços de Uganda com parceiros internacionais.
Nos primeiros comentários detalhados do governo de Uganda desde que Museveni assinou a lei, o ministro da Informação, Chris Baryomunsi, rejeitou a condenação.
"Não consideramos a homossexualidade um direito constitucional. É apenas um desvio sexual que, como ugandenses e africanos, não promovemos", disse ele à Reuters.
"Embora apreciemos o apoio que recebemos dos parceiros, eles precisam ser lembrados de que somos um país soberano e que não legislamos para o mundo ocidental. Legislamos para nosso próprio povo aqui em Uganda. Portanto, esse tipo de chantagem não é aceitável."