Um mês após ser vítima de injúria racial em um supermercado no Rio de Janeiro, o jornalista Daniel Nascimento foi novamente alvo de racistas, mas desta vez na internet. Nesta terça-feira (09), o colunista sofreu ataques ao opinar pelas redes sociais o episódio da briga entre os participantes Davi e Beatriz do "BBB 24".
Davi e Beatriz vêm discutindo desde quando o motorista de aplicativo colocou a placa de "egoísta" na vendedora do Brás pelo "Sincerão". Já na tarde de hoje, a sister não gostou de ter suas atitudes novamente repreendidas e "surtou", xingando Davi e batendo nos móveis.
Ao criticar a postura de Beatriz no perfil "Gina Indelicada", Daniel Nascimento, do jornal 'O Dia', foi atacado por um estudante de educação física, de Belo Horizonte, com perfil chamado Cesar Edu. "Negro tem que lamber negro, aff", disparou a pessoa. O jornalista rebateu o preconceito com tom de ironia e alertou ao homem sobre os seus direitos após sofrer racismo:
"Pois é! Racistas não lambem racistas? Então está tudo certo. E se chorar, comento mais (…) Só toma cuidado para não levar um processo. Injúria racial é crime e é inafiançável. Se tiver a fim de perder seu réu primário, se ainda tiver, continue".
O homem continuou a disparar ofensas e comentários racistas, como dizer para o jornalista "descansa África" e chama-lo de "cotista". "Só me processar, fofa. Meu amor, você jamais saberá quem sou eu. Eu tenho seis celulares", disse.
Daniel confirmou que irá abrir um processo contra o internauta: "Seu pedido é uma ordem. Só lembre que mesmo sendo fake não será difícil pedir judicialmente a quebra de dados do usuário junto a Meta e rastrear quem está por trás. Está na hora de racistas que acham que internet é terra de ninguém, iguais a você, aprenderem", disparou o colunista.
Caso de racismo no supermercado
Em fevereiro deste ano, Daniel Nascimento foi vítima de injúria racial em um supermercado de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O comunicador estava na fila, quando uma discussão com mãe e filha terminou com agressões e xingamentos, incluindo termos racistas, como "negrada".
Letícia Karam de Assis, de 21 anos, foi presa em flagrante por injúria racial (preconceito de cor ou raça), e Rosemary Karam, de 63, foi investigada por lesão corporal.
Na ocasião, Daniel filmou todo o crime. "A filha começou a me ofender, até que ela veio de fato me agredir. Eu reagi, revidei com socos me afastando. A mãe me deu um tapa no rosto quando eu estava impedindo a saída dela, segurando o portão até a polícia chegar", recordou ao "G1".