"Vadia, nojenta, rata": advogada de processo contra Prior relata ameaças

Criminalista Maira Pinheiro tem recebido mensagens de ódio por atuar na defesa da mulher que denunciou ex-BBB por estupro

18 jul 2023 - 12h00
(atualizado às 12h05)
Ex-BBB foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto no início de julho
Ex-BBB foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto no início de julho
Foto: Reprodução/Instagram/@felipeprior

Desde que começou a atuar na defesa da mulher que denunciou Felipe Prior por estupro, há cerca de três anos e meio, a criminalista Maira Pinheiro já recebeu mais de cem mensagens de ódio de fãs do arquiteto e ex-BBB. 

"Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático", disse ao g1, completando que os colegas homens não sofreram as mesmas ofensas ao longo do processo que condenou Prior a seis anos de prisão em regime semiaberto no início de julho.

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A advogada contou que chegou a receber 20 ligações anônimas em uma madrugada e, em diversos momentos, teve a caixa de entrada das redes sociais lotada com ataques. Maira compartilhou com a reportagem do g1 alguns prints das mensagens em que é chamada de vadia, "feminazi", nojenta, bandida e pilantra, entre outros xingamentos. Themis*, nome fictício adotado pela defesa com o intuito de preservar a identidade da vítima, também foi ameaçada e sofreu ataques nas redes.

"É isso que nós, mulheres, somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide", garantiu.

Após a condenação, Prior publicou uma nota nas redes sociais dizendo que é inocente e vai recorrer da decisão. Os comentários da postagem foram limitados e apenas os de apoio foram mantidos.

Além de Themis, outras três mulheres denunciaram o arquiteto por estupro. Elas receberam pseudônimos de divindades femininas a fim de preservar suas identidades ao longo do processo: Freya, Ísis e Diana. A advogada Juliana Valente, que trabalha na mesma equipe de Maira, informou que, em relação às outras três denúncias, Prior já se tornou réu em uma e que as outras duas estão em fase de investigação por parte da Polícia Civil.

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"Acreditamos que ele pegue uma pena maior nesses outros casos. Se for na pena mínima, no mínimo, 24 anos de prisão, o que a gente tem plena convicção que vai acontecer. Essas vítimas, depois de tanto sofrimento, vão conseguir o mínimo da Justiça, porque essa dor nunca vai ser reparada", falou Juliana.

Fonte: Redação Nós
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