Nesta quarta-feira (16), o presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da sua primeira atividade pública na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito. Ele esteve no painel "Carta da Amazônia - Uma agenda comum para a transição climática", no estande dos governadores da Amazônia Legal.
"Eu estou aqui para dizer para todos vocês que o Brasil está de volta ao mundo. O Brasil não pode ficar isolado como ficou nos últimos quatro anos. O Brasil não viajava para nenhum país e nenhum país viajava para o Brasil", disse Lula para uma plateia cheia.
Nome mais aguardado da segunda e última semana de atividades da conferência climática, Lula chegou ao balneário egípcio de Sharm el-Sheikh na última segunda-feira (14) após ser convidado para o encontro pelo governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB). Posteriormente, o presidente eleito também foi convidado a comparecer ao evento pelo presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, e pela própria Cúpula das Nações Unidas para o Clima.
"É mais do que justo que nós recuperemos a aliança entre os entes do Brasil para que o governo federal governe em comum acordo com os governadores e, mais ainda, que o governo federal volte a conversar de comum acordo com os prefeitos nas cidades, porque não é possível haver um distanciamento", também destacou o presidente eleito.
A participação na COP27 é a primeira agenda internacional de Lula depois da vitória nas urnas em 30 de outubro. Mesmo antes da posse, que ocorrerá em janeiro de 2023, Lula recebeu ao menos dez convites para participar de reuniões bilaterais, inclusive com as principais economias mundiais como China e Estados Unidos, durante sua passagem pelo balneário egipcio.
Me reuni agora há pouco com @JohnKerry, dos EUA, e Xie Zhenhua, da China, que representam seus países, as duas maiores economias do mundo, no debate climático na #COP27.
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/njuGN0WkRK
— Lula (@LulaOficial) November 15, 2022
Durante o discurso, Lula pontuou que seu governo irá fazer uma luta muito forte contra o desmatamento ilegal. "É importante as pessoas saberem que nós vamos cuidar muito forte dos povos indígenas e, por isso, nós vamos criar o Ministério dos Povos Originarios para que a gente possa fazer com que eles não sejam tratados como bandidos".
O presidente eleito também destacou que vai conversar com o secretário geral da ONU e pedir para que a COP de 2025 seja feita no Brasil. "Que seja feita no Brasil e na Amazônia. E, sendo na Amazônia, em dois estados, para receber qualquer conferência internacional, que são os estados do Amazonas e do Pará".
O atual presidente Jair Bolsonaro não participará da conferência. Ao longo de seus quatro anos de mandato, ele nunca foi a um encontro da COP.
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