Vasco rebate Ponte Preta e nega acusação de racismo em jogo da Série B

Sons vindos das arquibancadas seriam latidos da torcida para homenagear o volante Yuri Lara, de acordo com o clube cruz-maltino

28 abr 2022 - 16h26
(atualizado às 17h17)
Vasco e Ponte Preta mediram forças nesta quinta-feira em São Januário
Vasco e Ponte Preta mediram forças nesta quinta-feira em São Januário
Foto: Daniel Ramalho/Vasco

O Vasco negou nesta quinta-feira a acusação de que gritos racistas teriam vindo das arquibancadas na última quarta-feira durante a vitória por 1 a 0 sobre Ponte Preta, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O clube carioca explicou que os sons escutados pelo técnico Hélio dos Anjos, do time de Campinas, eram para homenagear o volante Yuri Lara.

"Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada à torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas", registrou o Vasco, em comunicado.

Publicidade

"Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista", completou o clube carioca.

O próprio volante vascaíno comentou sobre o ocorrido ainda em São Januário. Ele explicou que os latidos vindo das arquibancadas são rotineiros no clube. Lara é conhecido por ser o "cão de guarda" da equipe do técnico Zé Ricardo.

"O Ramon falou comigo sobre isso, falei que não era racismo, não tem nada a ver. Realmente estavam latindo, como latem. Não tem nada a ver com macaco. É inadmissível o racismo, ainda mais com a torcida do Vasco, por tudo que o Vasco representa para a história. Expliquei para ele que não tinha nada a ver com racismo. É o latido", disse.

Após a nota do Vasco, a Ponte Preta ainda não se pronunciou sobre a situação, assim como o técnico Hélio dos Anjos. Já o árbitro Rodolpho Toski Marques disse em súmula que não ouviu os "latidos". O jogo foi paralisado por dois minutos após o atleta Ramon e o técnico Hélio dos Anjos afirmarem terem ouvido sons de macaco nas arquibancadas de São Januário.

Publicidade

"Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a 'Resposta Histórica', o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos", afirmou o Vasco.

"E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam à inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol. Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi. São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim", finalizou o clube.

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações