Vaticano critica garantia ao aborto na Constituição da França

Medida é promovida pelo presidente Emmanuel Macron

4 mar 2024 - 12h42
(atualizado às 15h29)

O Vaticano criticou nesta segunda-feira (4) um projeto que tornará a França o primeiro país no mundo a proteger o direito ao aborto em sua Constituição.

Em nota, a Pontifícia Academia para a Vida, órgão científico da Santa Sé, diz que, "justamente na época dos direitos humanos universais, não pode existir um direito a suprimir uma vida humana".

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"A tutela da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade. Para a Igreja Católica, a defesa da vida não é uma ideologia, é uma realidade humana que engloba todos os cristãos", ressaltou a academia, citando palavras ditas pelo papa Francisco em 2020.

O pronunciamento do Vaticano chega pouco antes da votação final no Parlamento francês do projeto que inclui o direito ao aborto na Constituição, cuja aprovação é dada como certa.

Deputados e senadores, reunidos quatro dias antes do 8 de março, darão seu aval à proposta de reforma constitucional proposta pelo governo do presidente Emmanuel Macron, que deseja garantir uma proteção maior contra eventuais derivas antiaborto no futuro.

Vaticano critica garantia ao aborto na Constituição da França
Vaticano critica garantia ao aborto na Constituição da França
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O texto diz que "a lei estabelece as condições em que será exercida a liberdade garantida à mulher de recorrer a uma interrupção voluntária da gravidez".

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A medida já foi aprovada separadamente pela Câmara dos Deputados (493 a 30) e pelo Senado (267 a 50), superando por ampla margem o mínimo necessário de três quintos dos votos.

"Enquanto os direitos das mulheres são atacados no mundo, a França se coloca na vanguarda do progresso", disse na semana passada o premiê Gabriel Attal.

A Conferência Episcopal da França criticou a medida e convocou uma jornada de "jejum e orações", além de ressaltar que os católicos "devem sempre ficar ao lado dos servidores da vida, da concepção até a morte".

Ainda assim, os bispos franceses afirmaram estar determinados a cercar de "respeito e compaixão" as pessoas que recorrerem ao aborto.

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