"Vidinha de Balada" e outras músicas machistas que você canta e nem percebe

Na letra, homem se impõe à vontade da mulher, tratando o relacionamento deles como uma obrigação, reforçando a ideia de posse e controle

20 set 2024 - 05h01
Resumo
Várias canções brasileiras reforçam estereótipos machistas e objetificam as mulheres.
Algumas letras de músicas de sucesso promovem ideias que reforçam estereótipos de gênero e objetificam as mulheres
Algumas letras de músicas de sucesso promovem ideias que reforçam estereótipos de gênero e objetificam as mulheres
Foto: Imagem de wayhomestudio no Freepik

Ao longo dos anos, diversas músicas se tornaram grandes sucessos sendo cantadas por gerações. Entretanto, muitas vezes, seus ouvintes não percebem as mensagens problemáticas que elas carregam. Algumas letras promovem ideias que reforçam estereótipos de gênero, objetificam as mulheres ou minimizam questões de respeito e igualdade.

A seguir, confira algumas músicas machistas que você canta e nem percebe:

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"Esse Cara Sou Eu" - Roberto Carlos

Em "Esse Cara Sou Eu", a ideia do cara "encarar o perigo" e ser o "herói esperado por toda mulher" reforça estereótipos de gênero ao descrever o homem como o protetor e a mulher como alguém que precisa ser protegida e amada de maneira intensa.

"O cara que pega você pelo braço/ Esbarra em quem for que interrompa seus passos/ Está do seu lado pro que der e vier/ O herói esperado por toda mulher/ Por você ele encara o perigo/ Seu melhor amigo/ Esse cara sou eu."

"Trepadeira" - Emicida

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Na letra da música "Trepadeira", o uso de termos e expressões que objetificam a mulher e a tratam de forma pejorativa é evidente. No verso "Minha tulipa, a fama dela na favela enquanto eu dava uma ripa", o eu-lírico reduz a mulher a um objeto de prazer sexual, referindo-se à relação de forma desumanizadora.

No trecho "E os mano me falava que essa mina dava mais do que chuchu", o comportamento da mulher é julgado e criticado com base na sua vida sexual, reforçando estereótipos que castigam mulheres que exercem sua sexualidade de forma mais livre.

"Vidinha de Balada" - Henrique e Juliano 

Na letra de "Vidinha de Balada", de Henrique e Juliano, algumas passagens refletem atitudes machistas, principalmente pela forma como o homem se impõe à vontade da mulher, tratando o relacionamento como uma obrigação, reforçando uma ideia de posse e controle.

"Tô a fim de você/ E se não tiver, cê vai ter que ficar/ Eu vim acabar com essa sua vidinha de balada/ Vai namorar comigo, sim!/ Vai por mim, igual nós dois não tem/ Se reclamar, cê vai casar também."

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"Loira Burra" - Gabriel Pensador 

A letra, que marcou uma geração, critica mulheres que são bonitas, mas "não têm nada na cabeça" e possuem uma "personalidade fraca". A música ainda usa estereótipos depreciativos sobre mulheres e faz uma comparação com uma vaca no trecho “tem a feminilidade e a sensualidade de uma vaca”, comentário que desumaniza e desvaloriza a mulher.

"Ai, Que Saudade da Amélia" - Mário Lago

"Ai, que Saudade da Amélia" exalta um papel tradicional e submisso da mulher, idealizando Amélia como o modelo de "mulher de verdade". A música critica mulheres que buscam luxo e riqueza e sugere que "mulher de verdade" é aquela que se sacrifica e não tem vaidade, ignorando a complexidade e as aspirações das mulheres modernas.

"Me Lambe" - Raimundos

A música sugere uma visão possessiva e controladora do homem em relação à mulher. Além disso, a letra ainda fala sobre um homem que se sente atraído por uma menina menor de idade.

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"O quê? O que que essa criança tá fazendo aí toda mocinha?/ Vê, já sabe rebolar, e hoje em dia quem não sabe?/ Se ela der mole, eu juro que eu não faço nada/ Dá cadeia e é contra o costume/ Mas se eu tiver na rua e ela de mão dada com outro cara/ Eu morro de ciúme."

"Tapinha" - Bonde do Tigrão 

A letra descreve a mulher em termos de ações físicas e movimentos específicos que devem ser realizados para agradar o parceiro, o que pode ser visto como uma forma de objetificação. O foco está em como ela deve se comportar para satisfazer o desejo masculino, o que reflete uma visão dominadora. A música também sugere que a violência física, mesmo que aparentemente leve, não é relevante ou prejudicial.

"Dá uma quebradinha/ E sobe devagar/ Se te bota maluquinha/ Um tapinha eu vou te dar porque/ Dói um tapinha não dói/ Um tapinha não dói/ Um tapinha não dói/ Só um tapinha."

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Fonte: Redação Nós
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