Vítima de racismo na reta final da temporada, Vinícius Júnior depôs nesta semana à Justiça espanhola em caso que apura os ataques e injúrias sofridas pelo atacante quando atuava pelo Real Madrid. Por meio de videoconferência, o atacante afirmou ao 3° Tribunal de Instrução de Palma de Mallorca que os ataques sofridos seriam motivados, além da questão racial, por sua importância dentro de campo.
"Eles me insultam por ser um jogador importante e por ser negro. Pelas duas coisas", disse o jogador do Real Madrid após ser questionado pela juíza quais seriam as motivações dos torcedores para o insultarem. Os trechos do depoimento foram publicado pelo jornal espanhol El Mundo nesta quinta-feira.
De acordo com a reportagem, a audiência de Vini Jr. durou cerca de 20 minutos. O caso de racismo investigado aconteceu na partida entre Real Madrid e Mallorca, no dia 5 de fevereiro no estádio San Moix, pelo Campeonato Espanhol. Câmeras do local registraram momentos em que o atacante é chamado de "macaco" pela torcida da casa.
No depoimento, Vini Jr. não abre mão de ser indenizado pelo ocorrido. Ele também admitiu que durante o jogo, por estar concentrado, não ter ouviu os insultos isolados que vinham das arquibancadas. Somente ao final da partida, pela transmissão da TV e pelas redes sociais, soube das injúrias raciais.
A juíza também afirmou que um dos torcedores o chamou de "macaco" peo fato de Vini estar fazendo "macaquices" - dribles e provocações - dentro de campo. O atacante respondeu que "isso é para pessoas brancas, e não negras. Não se pode falar isso para pessoas negras, que foram muito afetadas por isso na história da humanidade".