Atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira, Vini Jr. tornou-se, recentemente, uma das vozes mais importantes da luta contra o racismo no futebol. Alvo de preconceitos raciais e perseguido por setores da imprensa espanhola e torcedores rivais, o Malvadeza fez um apelo. Aliás, uma convocação para não ficar isolado em uma batalha tão importante.
"Se enfrentar o racismo sozinho, o sistema vai me esmagar. Sei que não vou transformar a Espanha em um país sem racistas", disse a fera do Real Madrid, em entrevista ao jornal francês L'Équipe.
Vini contou que passou o Campeonato Espanhol inteiro sofrendo ofensas. Somente na 35ª rodada, contra o Valencia, no Mestalla, o mundo do futebol se deu conta do tamanho do problema. Na ocasião, o brasileiro ouviu um estádio o chamar de "mono" (macaco, em espanhol). O episódio teve grande repercussão mundial. O atacante, então, volta a criticar a postura omissa de liga do país.
"Como pode um grupo insultar o jogador e, na rodada seguinte, o time da casa jogar no mesmo estádio, sem ser sancionado, sem perder pontos, com público? Houve episódios de racismo em todos os nossos jogos fora de casa. E a La Liga não fez nada. Não me ouviram. Somente quando o mundo passou a reclamar da Espanha", pontuou.
Vini aceita vaias, críticas e provocações… Esportivas!
Em seguida, Vini afirmou que não liga em ser insultado… Desde que as provocações não ultrapassem os limites do esporte.
"Podem me insultar, mas que não faltem com respeito. Se me vaiarem o jogo inteiro, é indiferente e está tudo bem. Messi, Cristiano Ronaldo, Benzema, Neymar… Todos passaram por isso. As provocações me motivam mais. Mas racismo é outra coisa. Não acredito em um mundo sem racistas, mas precisamos lutar para que eles tornem-se a minoria", encerrou o assunto.