28 agentes estiveram no hospital no dia do crime, diz família de menina morta pela PRF

Informação consta do pedido de prisão dos 3 policiais rodoviários envolvidos na morte de Heloísa no Rio de Janeiro

18 set 2023 - 13h25
(atualizado às 14h04)
Menina Heloisa, morta após ser baleada em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no RJ.
Menina Heloisa, morta após ser baleada em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no RJ.
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), a tia de Heloísa, a menina morta após ser baleada em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal no Rio de Janeiro, informou que 28 policiais estiveram no hospital no dia do disparos, enquanto a vítima era socorrida.  

As informações constam no pedido de prisão preventiva que o MPF enviou à Justiça contra os três policiais envolvidos no caso. De acordo com tia da criança de 3 anos, os agentes ficaram "mexendo" no carro onde a família estava quando ocorreu o disparo. 

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"No dia do evento, se dirigiram ao hospital Adão Pereira Nunes 28 policiais, os quais, segundo palavras da própria testemunha, ficaram vasculhando e 'mexendo' no carro [onde Heloísa estava] durante certo tempo", escreveu o procurador da República Eduardo Benones.

Ainda no depoimento, a tia relatou que um dos policiais, que não participou do ocorrido, teria lhe mostrado um projétil e lhe informou que foi aquele projétil que atingiu o carro deles. "Numa tentativa inequívoca de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais. Isto tudo ocorreu no ambiente hospitalar, quando a vítima Heloisa recebia atendimento médico cirúrgico", descreveu o procurador.

Segundo Benones, a intimidação policial causou um abalo psicológico concreto nas vítimas. "Claro está que a testemunha foi intimidada como forma de manipular a investigação e que continuará a sê-lo caso não haja intervenção judicial", disse o procurador ao justificar o pedido de prisão dos policiais envolvidos.

No documento consta ainda que um desses agentes chegou a entrar, sem autorização, na emergência pediátrica do Hospital Adão Pereira Nunes, onde a menina estava sendo atendida.

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"O policial rodoviário federal Newton Agripino de Oliveira Filho, conforme amplamente divulgado nos veículos de mídia nacional, ingressou sem autorização nas dependências do CTI do Hospital em questão. De mais a mais, este policial assediou o pai de Heloísa, buscando estabelecer conexões sem que isto fizesse parte de qualquer estratégia de ajuda institucional”, detalhou.

O Terra questionou a PRF sobre a denúncia e, até a última atualização desta reportagem, ainda não obteve resposta. 

Relembre o caso 

Heloísa dos Santos Silva, de três anos, foi baleada na noite do dia 7 de setembro na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, em estado grave, mas morreu no último sábado, 16. 

A família disse que estava fazendo uma viagem, quando fori perseguida por uma viatura da PRF. Dentro do veículo estavam os pais, a tia, uma irmã e Heloísa. 

Segundo informações reveladas posteriormente, o carro em que a família estava era roubado. O pai da criança, que dirigia o carro no momento dos disparos, disse que tinha comprado o veículo recentemente e não sabia que era irregular. 

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Fonte: Redação Terra
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