Neste domingo, 28, aeroportos de várias cidades do País registraram atos contra a morte do cachorro Joca, que faleceu durante transporte por uma empresa ligada à companhia aérea Gol. O caso gerou revolta e repercussão. Protestos também ocorreram durante o sábado, 27.
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Em Brasília, manifestantes se reuniram em frente ao guichê da Gol no aeroporto da capital federal.
O repórter Renato Souza fez registros do ato. Nas imagens, é possível ver que alguns manifestantes levaram cães da raça golden retriever, a mesma de Joca.
Tutores de cães protestam contra a morte do Joca no Aeroporto Internacional de Brasília. Manifestação se concentrou em frente ao guichê da Gol. Além da capital federal, ocorrem atos em outras 11 cidades. pic.twitter.com/zq2ogKthnl
— Renato Souza (@reporterenato) April 28, 2024
Outro registro, publicado pelo jornal O Tempo, foi feito no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. Assim como em Brasília, o protesto teve concentração em frente ao terminal de check-in da Gol.
Um grupo de tutores de cães se reúne na manhã deste domingo (28/4) no Aeroporto de Confins para reivindicar mudanças na legislação de transporte de animais de grande porte. Comovidos com a morte de Joca, eles farão uma passeata pacífica em frente ao terminal de check-in da Gol. pic.twitter.com/PurF43CYNO
— O Tempo (@otempo) April 28, 2024
Em São Paulo, cidade onde o tutor de Joca, João Fantazzini, reencontrou o cão - infelizmente, já sem vida - manifestantes se reuniram no aeroporto para protestar. Na companhia de seus animais, alguns tutores seguravam cartazes e vestiam camisetas onde se lia: "animais não são bagagem".
Já no sábado, houve movimentação de manifestantes em Curitiba, No Paraná.
O caso
Joca morreu após um erro da Gollog, que faz parte da Gol. Ele deveria ter saído do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) direto para Sinop (MT). No entanto, por conta de uma falha operacional, o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (CE).
Quando Fantazzini conseguiu reencontrar o cão, na segunda-feira, 22, ele já estava morto dentro do canil da empresa.
Segundo o tutor, a caixa que transportava o cachorro estava com as informações erradas na etiqueta de identificação, com um nome feminino e com destino a Manaus. “A caixa de transporte dele tinha etiqueta de Manaus, tinha etiqueta de Sinop, tinha duas etiquetas rosas falando assim: esse é o cão Kiara”, disse em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com Marcello Primo, advogada da família, um boletim de ocorrência foi registrado pela família do tutor na terça-feira, 23. A companhia será investigada por maus-tratos. Já o resultado da necrópsia de Joca deve sair em 30 dias.
Ao ser questionado pela reportagem se a Gol prestou algum tipo de assistência para a família de João Fantazzini, Primo negou. "Nenhuma assistência, nem um telefone".
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou o boletim de ocorrência. "A Delegacia do Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos instaurou inquérito policial para investigar todas as circunstâncias dos fatos. A autoridade policial segue ouvindo os responsáveis pela logística e analisa imagens visando identificar o responsável pela morte do animal e elucidar os fatos. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia ao trabalho policial", disse o comunicado.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), pediu explicações à companhia. A notificação exige que a empresa preste esclarecimentos em até dois dias. O tutor de Joca alega que o animal só tinha permissão veterinária para viajar por quase três horas e não suportou oito horas de voo após uma série de erros da Gol.