Alexei Navalny, crítico do presidente Vladmir Putin que entrou em coma na Rússia e está sendo tratado em Berlim, foi envenenado com um agente nervoso Novichok de estilo soviético, disse um porta-voz do governo alemão nesta quarta-feira.
Testes em amostras de sangue conduzidos em um laboratório militar alemão produziram "evidências inequívocas" de que Navalny, a figura da oposição mais proeminente da Rússia, foi envenenado com Novichok, disse o porta-voz Steffen Seibert em um comunicado por e-mail.
Um agente da mesma família foi usado há dois anos para envenenar um desertor russo que vivia no Reino Unido.
"O governo federal informará seus parceiros na UE e na Otan sobre os resultados da investigação", acrescentou Seibert. "E vai discutir uma resposta conjunta apropriada com os parceiros à luz da resposta russa."
A Rússia já está sob sanções ocidentais após a anexação da Crimeia da Ucrânia há seis anos, e outro impasse com nações europeias ou com os Estados Unidos pode prejudicar ainda mais sua economia.
O rublo russo ampliou as perdas em relação ao euro após o comunicado do governo alemão.
Navalny, de 44 anos, foi transportado de avião para a Alemanha no final do mês passado após desmaiar durante um vôo da cidade siberiana de Tomsk com destino a Moscou.
Um porta-voz do Kremlin disse que a Alemanha não tinha informado que acredita que Navalny tenha sido envenenado com Novichok, segundo a agência de notícias RIA.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, fez um apelo para a Rússia investigar o envenenamento de Navalny, agora que testes clínicos mostraram que ele foi atacado por um agente químico.
"Isso torna ainda mais urgente que os responsáveis na Rússia sejam identificados e responsabilizados", disse Maas a repórteres. "Condenamos este ataque nos termos mais fortes."
Um porta-voz do Kremlin disse que a Alemanha não tinha informado que acredita que Navalny tenha sido envenenado com Novichok, segundo a agência de notícias RIA.
Novichok é um grupo mortal de agentes nervosos desenvolvido pelos militares soviéticos nas décadas de 1970 e 1980.
O Reino Unido alega que a Rússia usou a substância para envenenar o ex-espião Sergei Skripal e sua filha na cidade britânica de Salisbury em 2018. A Rússia tem negado repetidamente qualquer envolvimento no ataque, ao qual a família sobreviveu. Um membro do público, no entanto, foi morto.