O ex-deputado Alexandre Frota acompanha os familiares de duas das vítimas que estavam a bordo do helicóptero que caiu na região de Paraibuna (SP), e foi localizado nesta sexta-feira, 12. Henrique Thiofilo Stellato, o namorado de Letícia Ayumi Rodzewics, de 20, uma das jovens que morreu no acidente, publicou uma foto com o Frota nas redes sociais.
De acordo com O Globo, ele estava com contato com os parentes dos quatro tripulantes, que até então era considerados desaparecidos para montar uma força-tarefa. O objetivo era encontrar o grupo e trazê-los de volta para a casa.
Pouco antes da confirmação das mortes, Stellato publicou nos stories de seu Instagram uma foto de Frota dirigindo. Na foto, ele agradeceu a ajuda do ex-parlamentar, e se mostrava confiante em encontrar Letícia e a mãe dela, Luciana Rodzewics, de 46 anos, vivas.
Ao Globo, Frota afirmou que o contato com a família se deu logo depois que as duas foram dadas como desaparecidas. “Havia pedido autorização à família para fazer uma operação voluntária. Nós havíamos preparado uma incursão neste sábado com 22 pessoas na força-tarefa, entre bombeiros, médicos e técnicos de sobrevivência”, explicou.
Segundo ele, o grupo entraria exatamente pelo local onde o helicóptero estava, e por isso, a probabilidade de achar era grande. “Infelizmente o pior cenário aconteceu e agora estou levando a família até lá”.
Frota atua em ações de resgate há cinco anos, em acidentes e tragédia em Petrópolis, do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e Itabuna, na Bahia. “Me dedico a isso, me solidarizo a dor da família. A minha maneira de colaborar é essa. Essa hora a gente tem que ser solidário à dor da família”.
Encontro do helicóptero
O helicóptero desapareceu no último dia 31. A aeronave, de prefixo PR-HDB e modelo Robson 44 (de cores cinza e preto), decolou no Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, sentido Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.
De acordo com a Polícia Militar, o último contato oficial com a aeronave ocorreu às 15h10 daquele dia. Às 22h40, um alerta foi gerado para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros para uma possível queda de helicóptero. As buscas começaram no dia 1º.
Nesta quinta-feira, 11, após autorização do Poder Judiciário, os policiais da Unidade de Inteligência do DOPE tiveram acesso à localização de antenas (ERBs) dos celulares, com o objetivo de localizar a aeronave e seus tripulantes. Na manhã desta sexta-feira, os destroços foram encontrados. Os quatro corpos estavam no local.
Quem são as vítimas?
Uma das vítimas era Luciana Rodzewics, de 46 anos. Ela havia avisado a família que viajaria para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, no dia 31 de dezembro, para passar a virada de ano. A mulher desmarcou a ceia com a família para ir ao litoral. Ela chegou a gravar o voo.
A filha dela, Letícia Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, também era uma das passageiras. A jovem gravou o tempo nublado e enviou ao namorado. No registro, é possível ver o piloto e outro passageiro na parte frontal da aeronave. O vídeo mostra que havia muita neblina durante o voo, o que deixou a visibilidade ruim. Ela chegou a relatar o mau tempo, e avisou que eles voltariam para São Paulo.
O terceiro passageiro era Rafael Torres, amigo da família há mais de 20 anos. Ele é quem teria convidado as duas para ir até Ilhabela. De acordo com a CNN, Raphael é empresário do ramo de medicamentos, e devido à profissão, sempre voava. Ele é pai de dois meninos, um de 17 e outro de 6 anos, que moram com ele.
A quarta vítima é o piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou ao Terra que ele já foi investigado por voos irregulares e teve sua licença cassada por dois anos, período que vai de 2021 a 2023. Cassiano foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino. A defesa nega irregularidades por parte do profissional.