O nome mais forte para o Ministério da Justiça passou a ser o do advogado geral da União, André Mendonça, depois que o presidente Jair Bolsonaro se reuniu hoje com ele e com o secretário geral da Presidência, Jorge Oliveira, que vinha sendo considerado o candidato mais forte à vaga do ex-juiz Sérgio Moro.
Bolsonaro trabalhou com uma lista de nomes, de dentro e fora do governo, mas tende para uma opção "da casa", ou seja, do próprio Planalto, e está se concentrando em André Mendonça, que é considerado extremamente leal, mas não é tão íntimo da família Bolsonaro e tem mais trânsito fora do governo do que ele. Como advogado geral da União, Mendonça tem, por exemplo, mais acesso a ministros do Supremo Tribunal Federal.
Caso confirmado o nome de André Mendonça, está praticamente certo qual será seu substituto na AGU: o atual procurador geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior. Os dois anúncios seriam, então, feitos simultaneamente.
Entre os nomes de fora do governo que Bolsonaro sondou para o Ministério da Justiça estão juristas de grande relevância e notoriamente conservadores, como o ministro Ives Gandra Martins, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e o desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no processo do triplex do Guarujá (SP), conduzido por Moro na primeira instância.
Eles, porém, eram opções colocadas por generais e assessores diretos do presidente, mas desde o início o próprio Bolsonaro prefere alguém, como Jorge Oliveira e André Mendonça, de dentro do governo e de sua estrita confiança. No final, prevalece o temor de que Oliveira sofra muito mais resistência do que Mendonça, já que seu pai trabalhou durante muitos anos com Bolsonaro e ele próprio foi assessor e padrinho de casamento do deputado Eduardo Bolsonaro, o filho 03 do presidente. Assim, Mendonça passou a ser o candidato mais forte.
Só depois de anunciar o nome do ministro o presidente irá também confirmar o novo diretor geral da Polícia Federal na vaga do delegado Maurício Valeixo, que foi demitido na semana passada, gerando a queda de Moro e a nova crise política do governo. O delegado de carreira Alexandre Ramagem é apontado ainda como o nome preferido, mas fontes do Planalto alertam que o martelo não foi ainda mantido e que Bolsonaro costuma ser imprevisível, mudando de opinião na última hora, sem comunicar aos próprios assessores principais.